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A nova geração Inglesa

A Euro-2020 começou e a expectativa é que seja uma das melhores edições da história. A competição está recheada de craques e de seleções prontas para buscar a taça, entre as favoritas está a campeã mundial França, dona de um esquadrão fortíssimo. Além dela, temos Portugal, atual campeão do torneio, vai atrás do bi com as esperanças em Bruno Fernandes, João Félix e Cristiano Ronaldo. Porém, esse texto vem tratar sobre uma das mais tradicionais camisas do futebol, mas que nunca levou o troféu para casa.

A Inglaterra jamais venceu a Euro e para piorar, o país sequer chegou a uma final, suas melhores campanhas foram em 1968 e em 1996, nas duas ocasiões disputou as semifinais. Os criadores do nosso esporte favorito acabam sendo como a criança dona da bola em uma pelada, que acaba de fora dos melhores.

Mesmo não figurando entre as favoritas, neste ano, os torcedores ingleses estão animados para ver a seleção em campo. O porquê dessa empolgação? A seleção vem com sua nova geração querendo mostrar serviço. Nomes como Phil Foden, Mason Mount, Reece James, Jack Grealish, outros mais experientes e rodados como Raheem Sterling e Harry Kane estão mexendo com o imaginário dos fãs que acreditam que esse ano possa ser o deles.

Kane contra a Colômbia nas oitavas de final da Copa do Mundo FIFA de 2018. Foto: Oleg Bkhambri (Voltmetro)/Wikipédia.

O comandante da equipe é Gareth Southgate, desde 2016 a frente da equipe, conseguiu levar a Inglaterra às semifinais da Copa do Mundo de 2018. Nessa Euro, a pressão e a expectativa por bons resultados serão ainda maiores.

Falando mais sobre os jovens jogadores que compõem o esquadrão inglês, alguns deles já citados como Mount e Foden estavam na última final da Champions League, atuando em lados opostos. Mason Mount já não é mais visto como promessa e sim como um meia com potencial gigante para estar entre os melhores do mundo. Saiu debaixo das asas de Frank Lampard e mostrou no Chelsea de Thomas Tuchel o que é capaz de fazer, não à toa foi eleito o melhor jogador do time na temporada. Com 22 anos, fez gol no Real Madrid nas semifinais e deu o passe do bicampeonato dos Blues na CL. É esse tipo de coisa que os ingleses esperam dele.

Phil Foden foi um dos pilares do Manchester City campeão da Premier League e finalista da CL na temporada. Um dos queridinhos de Pep Guardiola, atuou em 50 partidas pelos citizen, marcou 16 gols e jogou mais de 3 mil minutos. Atua aberto pela ponta esquerda, mas engana-se quem pensa que o garoto de 21 anos é somente um ponta, é bastante inteligente para abrir espaços e construir jogadas pela beirada do campo e pelo meio, além de sempre aparecer na área para marcar.

 
 
 
 
 
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No ataque com Foden, ainda aparecem o Dominic Calvert-Lewin, atacante do Everton, e Jadon Sancho do Borussia Dortmund. Os mais novos entre eles são Bukayo Saka, do Arsenal, e Mason Greenwood, do United, ambos com 19 anos. No meio da garotada do ataque, somente um já jogou a Euro, é o caso de Marcus Rashford, camisa 10 do Manchester United, convocado na Euro-2016.

Em comparação com a Euro passada, levando em consideração zagueiros, laterais e goleiros, continuam na equipe John Stones e Kyle Walker, ambos do M.City. Mas se o meio de campo e o ataque possuem uma faixa etária mais nova, a defesa já possui mais rodagem, sendo Reece James o mais novo entre eles com 21 anos. Ben Chilwell, lateral direito do Chelsea, é de 1996, vai entrar em campo com seus 24 anos. No gol, ninguém passa dos 28 anos, Sam Johnstone é o mais velho com 28, acompanhado de Jordan Pickford com 27 e Dean Henderson, de 24.

Os mais velhos da equipe são Kyle Walker, Jordan Henderson e Kieran Trippier, os três são de 1990. O mais novo é Jude Bellingham do Borussia Dortmund, ele ainda nem chegou à maioridade, vai atuar na sua primeira Euro com apenas 17 anos. E aqui vale o questionamento: o que fazia quando tinha 17 anos, leitor?

Mesmo com os jovens em alta, a estrela inglesa é ele: Harry Kane. A máquina de fazer gols do Tottenham é a principal peça do time e o técnico Southgate conta com a artilharia em dia do atacante. Na temporada, ele marcou 35 gols.

Os 26 convocados ingleses juntos têm o maior valor de mercado entre as seleções participantes: 1 bilhão e 354 mil Euros. O valor do esquadrão inglês supera os de França, Espanha e Itália, de acordo com dados do Transfermarkt.

A seleção espera superar 1968 e 1996, quando caiu para a Iugoslávia e Alemanha, respectivamente. Em 1968, derrota por 1 a 0. Em 1996, a lembrança é mais dolorida, a Euro foi disputada em solo inglês. Acabou saindo nos pênaltis para os alemães e viram eles sendo campeões. O artilheiro da competição foi o inglês Alan Shearer com 5 gols.

Pela idade, alguns jogadores não atuam no mais alto nível sempre, inconsistências acabam acontecendo, mas a grande maioria já mostrou o potencial que têm na Premier League, apenas três dos convocados não jogam na principal liga do mundo. Agora resta saber se em campo toda essa juventude vai corresponder às expectativas.

É uma nova geração, Southgate ainda não encontrou sua forma ideal de jogo, uma das possibilidades é se inspirar no futebol do campeão da Premier League ou da Champions. Querendo ou não, a Euro vai ser um laboratório para o técnico, que projeta chegar mais forte ainda na próxima Copa do Mundo.

O caminho dos ingleses para a glória europeia começa no domingo, dia 13, contra a Croácia, algoz inglês no último Mundial. O jogo está marcado para acontecer em Wembley, que também vai ser palco da grande final. Será que dessa vez o futebol retorna para casa?

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Ludopédio.
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Lucas Costa

Potiguar, estudante de Jornalismo pela UFRN, aspirante a repórter, apaixonado por táticas ofensivas, mas amante de certas "retrancas".

Como citar

COSTA, Lucas. A nova geração Inglesa. Ludopédio, São Paulo, v. 144, n. 23, 2021.
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