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Camisa Onze: além de Romário, quais foram os maiores jogadores que já vestiram este número?

 
Romário
Romário na reedição da final da Copa de 1994. Foto: Lucas Figueiredo/CBF.

Os números sempre fizeram parte do futebol, fosse no placar, nas estatísticas ou ainda para representar a quantidade de títulos vencida por um clube. Mas os números também tiveram outro papel importantíssimo no futebol: enumerar os jogadores.

A prática começou no final dos anos 20 em um dos jogos entre Sheffield Wednesday e Arsenal. Mas, oficialmente, algo assim só foi registrado na partida final da FA Cup de 1933 entre Everton e Manchester City, em que os números foram distribuídos do 1 ao 11 para o time de Liverpool, enquanto os Citizens jogaram com a numeração do 12 ao 22. Com o sucesso da adoção dessa prática, os clubes passaram a utilizá-la. Porém, a Fifa só foi adotar em Copas do Mundo a partir de 1950 no Brasil.

E como é da mágica do futebol, a numeração dos jogadores logo se tornou um elemento a mais de interesse e prestígio. A camisa 10, por exemplo, tornou-se tão famosas graças a conquista do Brasil na Copa do Mundo de 1958, na Suécia. Um jovem Edison Arantes do Nascimento, mais conhecido como Pelé, era o atleta que trajava a canarinha dez naquela oportunidade.

Mas, hoje nós vamos falar de outro número que se tornou emblemático no futebol brasileiro e mundial, a camisa 11. Após a Copa de 1994, com o triunfo do tetra campeonato da seleção brasileira, o centroavante Romário foi quem usou o onze em suas costas, embora fosse um centroavante “nove”. Em uma atuação excepcional, o Baixinho foi eleito o melhor jogador do torneio, no ano seguinte foi eleito o Melhor Jogador do Mundo. Mas, além de Romário, listo aqui mais cinco camisa onze que marcaram época.

Zagallo

Zagallo Botafogo
O jogador Zagallo no Botafogo. Foto: Wikipédia

Quando a gente fala no Zagallo o primeiro número que se pensa é o 13. Mas, o velho Lobo se consagrou como jogador com a camisa 11. Após sua estreia como jogador no América do RJ em 1948, o atleta se transferiu para o Flamengo, em 1950, onde adoto o número onze. Curiosamente na Copa de 1958 atuou com a camisa 7 e Garrincha com a 11.

Jogando pelo Flamengo, Zagalo foi tricampeão carioca (1953, 1954, 1955), dentre outros títulos. Mas foi pelo Botafogo que ele conquistou seu principal título enquanto atleta, a Taça Brasil (1968). Ele fez parte da era de ouro botafoguense e jogou ao lado dos craques Garrincha, Didi e Nilton Santos.

Estranhamente na Copa da Suécia de 1958 atuou com a camisa 7 e Garrincha com a 11. A Seleção entrou em campo sem que seus jogadores usassem a numeração tradicional – àquela em que o goleiro era o número 1, o lateral-direito, o 2, o zagueiro, o 3, e assim por diante.

Por um motivo que até hoje não foi devidamente esclarecido. Há a versão de que a relação oficial do grupo não foi enviada a tempo à FIFA, que se encarregou então de numerar os jogadores. A Seleção Brasileira usou na Copa do Mundo de 1958 uma numeração completamente diferente. Por exemplo: o goleiro Gilmar recebeu a número 3; Zagallo, normalmente o número 11, ficou com a sete. E o seu contrário: Garrincha, ao invés da sete, usou o número 11.

Rummenigge

Karl-Heinz Rummenigge
Karl-Heinz Rummenigge foi um dos mais importantes jogadores do Bayern de Munique. Foto: Reprodução Twitter

Karl-Heinz Rummenigge é considerado um dos maiores jogadores do futebol alemão de todos os tempos. O atacante iniciou sua carreira no Borussia Lippstadt, mas foi no poderoso Bayern de Munique que ele marcou época. Rummenigge teve uma passagem sem títulos pelo Inter de Milão. E por fim, encerrou sua carreira no futebol suíço, atuando pelo Servette.

Rummenigge foi o responsável por encerrar o tabu de que atacante alemão era apenas “trombador”. Ele apresentava técnica, visão de jogo, bom chute e controle de bola de craque e muito graças ao seu talento que a seleção alemã chegou a duas finais de Copa do Mundo (1982 e 1986), mas quiseram os deuses do futebol que ele não se consagrasse campeão. O único título que conquistou representando seu país foi a Eurocopa de 1980.

Atualmente, Rummenigge é presidente do Bayern de Munique.

Mohamed Salah

Salah
Salah, multicampeão pelo Liverpool FC. Reprodução Facebook

O egípcio Mohamed Salah que atualmente defende o Liverpool FC, destacou-se no futebol internacional jogando no FC Basel da Suíça. A boa atuação do atacante lhes rendeu uma contratação pelo Chelsea em 2014. Pouco aproveitado no time londrino, o jogador foi emprestado ao Fiorentina e posteriormente a Roma, também por empréstimo, mas na temporada 2016-2017 foi contratado em definitivo.

O retorno do atacante a Premier League foi em grande estilo. Contratado pelo Liverpool, por 42 milhões de euros, mais 8 milhões de bônus, Salah, tornou-se o jogador africano mais caro da história, até então. Peça fundamental no time multicampeão de Jürgen Klopp, Salah, em sua melhor temporada, até agora, marcou 44 gols em 52 jogos.

Em sua galeria de títulos ele tem dois canecos da Super Liga Suíça (pelo Basel); uma taça da Liga dos Campeões da UEFA (2018-2019); Supercopa da UEFA (2019); Mundial de Clubes da Fifa (2019) e um título da Premier League (2019-2020).

Salah foi o responsável por colocar a seleção egípcia novamente na Copa do Mundo da FIFA, após 28 anos de ausência. O atacante marcou o gol conta o Congo em 2017, nas eliminatórias africanas para o mundial, o qual também foi o artilheiro da competição.

Cristiane

Cristiane
Cristiane atuando pela seleção brasileira. Foto: Rener Pinheiro/Mowa Press.

Cristiane ao lado de Marta, marcaram uma vitoriosa geração do futebol feminino. A atacante que surgiu no São Bernardo é a maior artilheira dos Jogos Olímpicos, independente de gênero. A marca de catorze gols aconteceu nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016.

Após atuar em clubes pequenos de São Paulo, no início da carreira, foi jogar na Alemanha, onde defendeu o Turbine Potsdam e Wolfsburg.

Numa temporada formidável, Cristiane concorreu ao prêmio de melhor jogadora do mundo pela FIFA em 2007 e 2008, onde nas duas oportunidades acabou ficando em terceiro lugar, atrás da alemã Birgit Prinz, e da Brasileira vencedora nas duas ocasiões, Marta.

Atualmente a jogadora está em sua terceira passagem pelo Santos. Defendendo as cores do Peixe ela foi Bicampeão da Libertadores da América (2009 e 2010) e levantou o caneco da Copa do Brasil (2009). Foi Campeã Alemã pelo Turbine Potsdam (2005-2006). Conquistou o acesso do São Paulo a elite do futebol brasileiro em 2019 (Campeonato Brasileiro Série A2). Vestindo a camisa amarelinha foi bicampeão dos jogos Pan-Americanos (Rio 2007 e Toronto 2015) e conquistou troféus da Copa América (2010, 2014 e 2018).

Ángel Di María

Di María
Ao lado de Messi, Di María é um dos principais nomes da seleção albiceleste. Foto: Reprodução Twitter

Di María é aquele jogador que muitas vezes pode não ser o protagonista, mas certamente é fundamental nos times que joga. O argentino que atualmente defende as cores do Paris Saint-Germain, é um ponta-direita e meio campo que qualquer um gostaria de ter em sua equipe.

Ele iniciou sua careira no Rosário Central em 2005, sendo promovido das categorias de base do clube argentino com apenas 17 anos. Sua principal vitrine para o futebol mundial foi o Mundial Sub-20 de 2007, em que atuou muitíssimo bem no título conquistado pela albiceleste. Não tardou para que ele fosse jogar no futebol europeu e seu primeiro time por lá foi o Benfica, onde foi campeão da Liga Portuguesa em 2009. O então técnico dos Encarnados, Jorge Jesus, acreditou no jovem jogador e segundo, o próprio Ángel, ele é o jogado que é hoje graças a confiança de JJ nele e ao clube de Lisboa.

O argentino foi para Real Madrid em 2010 e por lá ficou até 2014. Pelo time merengue ele foi campeão da La Liga (2011-2012); bicampeão da Copa do Rei (2010-2011 e 2013-2014); tem uma Supercopa da Espanha (2012); uma Supercopa da UEFA (2014) e uma Liga dos Campeões da Europa (2013-2014).

Sua passagem pelo Manchester United foi meteórica, Di María foi contatado em 2014 pelos diabos vermelhos, passou um ano e foi transferido para o Paris Saint-Germain, em 2015, time em que atua até hoje. No PSG Di María já conquistou 4 Campeonatos franceses (2015-2016, 2017-2018, 2018-2019 e 2019-2020); 4 Copas da Liga Francesa (2015-2016, 2016-2017, 2017-2018 e 2019-2020); 4 Copas da França (2015-2016, 2016-2017, 2017-2018 e 2019-2020) e 3 Supercopas da França (2016, 2018 e 2019).

Além do Mundial Sub-20 de 2007, o outro título que Di María tem com a seleção argentina é a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Pequim em 2008.

Mas e aí, você gostou da lista, quem você tiraria ou acrescentaria a lista dos grandes “camisa onze”?

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Ludopédio.
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Leila de Melo

Ex-atleta frustrada e jornalista por vocação. Fã de Kobe Bryant e de esquema 4-4-2. Escreve sobre esporte, porque a vida não  é o bastante. Jornalista formada em comunicação social pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

Como citar

MELO, Leila de. Camisa Onze: além de Romário, quais foram os maiores jogadores que já vestiram este número?. Ludopédio, São Paulo, v. 142, n. 36, 2021.
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