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Drogba contra a academia – Abidjan, Costa do Marfim

A selecção da Costa do Marfim realizava o estágio de preparação para a Copa da África (CAN) 2010, em Angola. O defesa-central Kolo Touré, jogador do Manchester City, telefona para o quarto de Kader Keita, extremo do Galatasaray, para perguntar-lhe se podia ir ao seu quarto. O objectivo era convencê-lo de que a braçadeira de capitão da selecção nacional deveria passar do braço de Didier Drogba para o seu, como principal representante do grupo de jogadores formado na academia do ASEC Mimosas, a espinha dorsal da equipa dos “Elefantes”. Keita aceita recebê-lo mas, incomodado com o pedido, liga para Drogba contando-lhe o sucedido e pedindo-lhe para também vir ao seu quarto para boicotar o plano de Kolo. Quando Touré chega ao quarto, Drogba já está sentado à sua espera. Os dois jogadores discutem e a selecção fica dividida. É contra esta equipa em conflito que Portugal se vai estrear no Campeonato do Mundo da África do Sul.

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Treino da equipe do ASEC, Abidjan. Foto: João Henriques.

De um lado, estão os “académiciens”, um grupo de jogadores formados na escola do ASEC Mimosas de Abidjan, o principal clube da Costa do Marfim, encabeçado por Kolo Touré e seguido por outros craques como o seu irmão Yaya (Barcelona), Aruna Dindane (Portsmouth), Didier Zokora (Sevilha) e Emmanuel Eboué (Arsenal). Do outro, estão os escassos jogadores formados noutros clubes marfinenses ou na Europa, como Kader Keita ou Didier Drogba. “Na selecção, há os académiciens e os outros. Há a equipa de Jean-Marc Guillou e os outros. É preciso um treinador forte que corte com a influência e com a mentalidade de jogo dos discípulos do ASEC”, diz Albert Drogba, pai de Didier. A polémica instalou-se ainda antes do Mundial 2006, quando o treinador francês Jean-Marc Guillou afirmou numa conferência de imprensa que os “Elefantes” só poderiam vingar “se apostassem inteiramente nos jogadores formados na academia do ASEC”. “Estava nessa conferência de imprensa”, diz Ali Bamba, jornalista marfinense da BBC. “Um colega virou-se para mim e disse-me que depois daquela frase a selecção iria dividir-se em dois grupos. Hoje estamos a sentir essa divisão”.

Jean-Marc Guillou é o mentor da academia ASEC, a jóia da coroa das escolas de formação do futebol africano. Em 1994, abriu as portas do centro que recebeu a primeira fornada de talentos nacionais. Em 1999, na final da Supertaça Africana, Kolo e Aruna, com 17 anos, e Zokora, com 18, foram lançados às feras e destacaram-se na conquista do troféu. Escrevia-se uma página de ouro no futebol marfinense. Dois anos depois, Guillou foi nomeado treinador do Beveren, da Bélgica, e levou com ele grande parte dos seus súbditos.  A transferência serviu de plataforma para muitos deles chegaram aos maiores clubes europeus. Basta um domingo em Abidjan para perceber a aposta do técnico francês. Pés descalços jogam sobre areia, sobre a pedra e ao lado de esgotos a céu aberto. Em todas as ruas, em todos os bairros de lata, há centenas de jogos a desenrolarem-se ao mesmo tempo, milhares de potenciais jogadores. Devido à guerra, muitas famílias do norte do país, tradicionalmente com muitos filhos, refugiaram-se em barracas na periferia de Abidjan, submundos de cartão, zinco e plástico, deixando as crianças e os adolescentes à mercê da escola de rua. É nessa escola que aprendem a fintar, a passar e a rematar. Mas faltava-lhes comida, aulas e conforto. Guillou limitou-se a escolher os melhores jogadores na rua e a oferecer-lhe as condições de vida indicadas para se desenvolverem como jogadores. O resultado foi explosivo.

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Treino da equipe do ASEC, Abidjan. Foto: João Henriques.

A academia do ASEC está recheada de alusões à geração de ouro dos “Elefantes”. Os quartos por onde passaram as vedetas têm o seu nome inscritos na porta, há fotografias de todas as suas conquistas desde o tempo de infantis até à mítica Supertaça Africana. “Aparecem aqui todas as semanas empresários de todo o Mundo há procura dos nossos talentos”, diz Angban Vincent, funcionário da Academia. “Como no campeonato nacional não ganham mais do que 200 mil CFA (300 euros) vão todos para a Europa. Quase todos os jogadores que formámos estão espalhados por todo o Mundo”. À porta da academia, adeptos do ASEC discutem o tema da sucessão do bósnio Vahid Halihodzic como treinador da selecção nacional. O tema é controverso e tem enchido as páginas dos jornais do país. Os defensores dos académiciens preferem o francês Phillipe Troussier, antecessor de Guillou no ASEC no início da década de 90. Troussier, que até já orientou os “Elefantes”, foi tetracampeão com o ASEC e detém o recorde do clube de 105 jogos consecutivos sem derrotas. Obteve a nacionalidade marfinense e converteu-se ao islamismo, adoptando o nome Omar. “Chamamos-lhe o Feiticeiro Branco”, diz Jean Eilouman, adepto do clube. “Ele fez milagres à frente do nosso clube e vai derrotar Portugal no Mundial”. A outra facção da selecção não simpatiza com a possível escolha. Didier Drogba até tentou trazer o holandês Guus Hiddink, ex-treinador do Chelsea e seleccionador demissionário da Rússia, para liderar a equipa durante o Mundial. Mas Hiddink rejeitou a oferta e os “Elefantes” continuam sem treinador. Eriksson e Trapatonni são outras das opções lançadas pelos jornais. A Federação diz que tem várias opções de treinadores para trabalhar no mês do Mundial, mas procura alguém que queira assinar um contrato de mais de dois anos.

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Treino da equipe do ASEC, Abidjan. Foto: João Henriques.

A última CAN poderá ter marcado o fim do ciclo de Drogba como uma divindade na Costa do Marfim. Muitos marfinenses acusam o jogador de falta de profissionalismo e de se esforçar menos na selecção do que com a camisola do Chelsea. “Os adeptos ficaram indignados pelo afastamento prematuro da Costa do Marfim na competição e por Drogba só ter marcado um golo”, diz Ali Bamba. “E explodiram mesmo de raiva quando ele marcou dois golos no primeiro jogo que fez quando regressou a Londres”. Nas ruas, muitos deixaram de gritar obsessivamente o nome de Didier e exaltam agora jogadores como Kader Keita e Aruna Dindane. “Nos últimos jogos da Costa do Marfim, o burburinho que se ouve quando Keita toca na bola é muito superior ao que se ouve quando Drogba está com ela”, continua Bamba. “Ele está, de certa forma, a cair em desgraça”. Ao ponto de Gnaoulé Oupoh, um conceituado académico e opinador, ter acusado Drogba de conduta indigna e traição à pátria. Oupoh defendeu mesmo que a braçadeira de capitão deveria ser-lhe retirada e que Drogba deveria ser proibido de voltar a vestir a camisola laranja da selecção. Quem não gosta das acusações é Albert Drogba, pai do jogador, que encontramos a ver um jogo do Manchester United no seu chalé ainda em construção, numa zona tranquila de Abidjan com vista para a lagoa que banha a cidade. “O Didier jogou afectado pelo clima de terror que se viveu em Cabinda durante o CAN depois do ataque ao autocarro do Togo”, diz. “Ligava-me a dizer que não conseguia dormir e que ouvia na rádio ameaças de novos ataques. Disse-me também que a equipa era escoltada por um helicóptero sempre que treinava. Quem é o jogador que pode jogar bem com esta insegurança”. Albert acha mesmo que Drogba podia ter sido vítima das rajadas das F.L.E.C.: “Eu sei que os terroristas se enganaram no autocarro”, diz. “Eles queriam atingir a equipa da Costa do Marfim porque o nosso ex-presidente Félix Houphouet Boigny deu exílio à UNITA de Savimbi e esse apoio foi retirado após a sua morte. Esta era a oportunidade certa para a retaliação”.

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Casa do fã que criou a Vila Drogba. Foto: Tiago Carrasco.

Apesar de tudo, o fenómeno Drogba ainda permanece vivo. Em todos osmaquis (bares) de paredes coloridas, estão pendurados cartazes com fotos do avançado do Chelsea. Aparece a segurar a Bola de Ouro, com o filho ao colo ou vestido com uma túnica branca e uma tiara colorida na cabeça, vestes tradicionais marfinenses. Nas suas costas está sempre um avião ou um helicóptero de guerra. “Significa que Drogba uniu a Costa do Marfim e pôs a guerra para trás das costas”, diz-nos Ali. Didier logrou juntar governo e forças rebeldes na tribuna do estádio de Bouaké, em 2007, dando o primeiro passo no esforço de reunificação e de paz. Os marfinenses estão-lhe gratos por isso. “Drogba é para nós uma figura divina”, diz Billy Billy, o rapper mais ouvido na Costa do Marfim. “Ele saiu de um bairro popular, é filho de uma família pobre e conseguiu vingar na vida e ajudar o seu país. Por isso, é um exemplo para todos nós”. Billy Billy pôs no top de vendas o single Didier Drogba, uma homenagem ao futebolista. Drogba é também a forma carinhosa como os marfinenses chamam a cerveja nacional, Solibra. Por ser alta – 1 litro – e forte, herdou o nome do avançado do Chelsea. Em Bouaké, uma cidade do norte, disseram-nos mesmo que Drogba chegou a pagar à cervejeira para que a bebida fosse vendida a 30 cêntimos nos dias de jogo da selecção nacional. A sua cara continua difundida nos cartazes publicitários dos prédios imponentes do bairro de Plateaux ou junto às vivendas exuberantes de Cocody. Mas é fora da zona cosmopolita de Abidjan que a febre Drogba é mais doentia.

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Foto: Tiago Carrasco.

Em Koumassi, um bairro popular, Augustin Kouassi N’Guessan, 38 anos, fundou a Drogbrakro (Aldeia Drogba), da qual se auto-proclamou chefe supremo. Em frente a casa, pousou num ramo de uma árvore uma fotografia do jogador editada como um retrato de uma figura bíblica, encostada a uma folha com o prognóstico de um jogo do Mundial: Brasil 0 – Costa do Marfim 2. Na rua, dez miúdos jogam com balizas de hóquei em patins num espaço reduzido, por onde passam mulheres com alguidares à cabeça. Uma multidão de desempregados assiste ao jogo, encostados às paredes das casas. Augustin surge com uma vuvuzela  e com um barrete em forma de elefante enfiado na cabeça, laranja, verde e branco, as cores da bandeira do país. Quando sopra na corneta, as crianças do bairro rejubilam e começam a gritar efusivamente: “Drogba, Drogba, Drogba”. “Em dia de jogo, levanto-me e vou para a rua apitar e assobiar para mobilizar a aldeia. Às vezes, junto tanta gente que as ruas têm de ser bloqueadas”, diz Augustin. O chefe de Drogbakro ultrapassa as barreiras do fanatismo. Tem uma visão sagrada de Drogba. Deu ao filho o nome de Tito Christ (Tito é o nome pelo qual Drogba é chamado em família) e já se endividou para arranjar ecrãs gigantes que emitam a partida do seu ídolo. No álbum de fotografias, guarda as fotos que tirou com a avó do jogador e uma fotocópia da nota de 5000 CFA dada pelo pai do atleta: “Drogba deu-me tudo. Graças a ele sou hoje conhecido em todo o Mundo e tenho amigos de todas as idades. Só me resta concretizar o sonho de conhecê-lo”, confessa Augustin. “Se, pelo menos, pudesse tocar-lhe ou ajoelhar-me a seus pés, ficaria muito feliz”.

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Vila Drogba. Na fotografia o fã de Didier que “criou” a Vila Drogba. Foto: Tiago Carrasco.

De Koumassi seguimos para a Rue Princess. Situada no coração de Yapougon, o imenso bairro popular de onde Drogba é originário, é o principal centro de animação nocturna da cidade. Rapazes e raparigas agitam-se libidoniosamente ao som dos ritmos do Coupé-Décalé, um estilo musical que surgiu na diáspora parisiense durante os primeiros anos de conflito político. Nem parece que estamos num país à beira de nova guerra civil. No fim dos anos 90, Drogba veio passar uma temporada a Yapougon e aprendeu com o primo a dar os primeiros passos desta dança . Para vincar a sua identidade africana, passou a festejar os golos com a dança do seu país. “O Coupé-Décalé surgiu como grande movimento musical e social durante a guerra civil, precisamente para fazer esquecer as amarguras da guerra”, diz Adam, correspondente da revista “France Football”, em Abidjan. “Drogba foi o embaixador desse forte movimento da Costa do Marfim no estrangeiro. Mas na Rue Princess, o encanto do baile de Drogba não parece o mesmo de outrora. Em frente a um televisor, vários populares festejam o golo de Eto’o, do Inter de Milão, que elimina o Chelsea de Drogba da Liga dos Campeões. Assim é que se vê quem é o verdadeiro Bola de Ouro de África”, diz um deles. Foi também nesta rua que, há uns meses, se assistiu a mais um round do combate interno na selecção da Costa do Marfim. Os jogadores da selecção costumam sentar-se nas mesas dos clubes nocturnos a assistir aos espectáculos de Coupé-Décalé, nas vésperas das folgas, e darem dinheiro aos cantores que se exibem. Numa dessas noites, Amaré Diané, um internacional marfinense a jogar no Al-Rayyan, do Qatar, mandou para cima da mesa um maço de notas bem maior do que o dispensado por Kolo Touré, que estava acompanhado por alguns dos outros membros do grupo da academia. O defesa do Manchester City não gostou da ousadia e os atletas tiveram de ser separados antes de chegarem a vias de facto. “Com estes problemas a Costa do Marfim não vai longe”, diz Ali. Cristiano Ronaldo e os seus pares têm de aproveitar esta dissintonia na dança dos “Elefantes” para entrar no Mundial com o passo certo.

Caixas

A vida de Drogba

Drogba nasceu em Yapougon, Abidjan, num bairro pobre. O seu pai trabalhava na banca e a mãe trabalhava em casa. Com cinco anos, foi para França com o tio Michael Goba, futebolista profissional, para estudar na Europa. “Queríamos que ele se tornasse doutor. O futebol, na altura, não dava futuro”, diz o pai, Albert Drogba. Mas os pais tiveram saudades de Didier e mandaram-no regressar alguns anos depois. No entanto, a família Drogba voltaria a França em 1989, instalando-se num bairro periférico de Paris. “Havia muita droga no bairro e o Didier era colega de alguns dos traficantes mas sempre foi disciplinado e nunca entrou na má vida”, diz Albert. Nos relvados, Drogba passou pelo Le Mans e pelo Guingamp, antes de chegar ao Marselha onde começou a dar nas vistas. Captou a atenção de José Mourinho que o levou para o Chelsea, equipa onde joga desde 2004. Foi chamado à selecção pela primeira vez em 2002 e é o melhor marcador dos Elefantes com 43 golos em 66 jogos. Este mês, conquistou pela segunda vez a Bola de Ouro de África, o galardão para melhor jogador do continente. Em 2006 e 2007, Drogba desempenhou um papel de relevo na pacificação do conflito marfinense, pedindo, ajoelhado, aos políticos do país para baixarem as armas e juntando no mesmo estádio governo e os rebeldes da oposição.

Os Elefantes

Reina o pessimismo na Costa do Marfim. Ao contrário de 2006, os marfinenses não acreditam numa boa prestação da equipa no Mundial da África do Sul. Quando dizemos que somos portugueses, a maioria dos nossos interlocutores diz que vamos ganhar 5-0. Os adeptos ficaram desiludidos com a fraca prestação dos “Elefantes” na CAN deste ano, onde a equipa foi derrotada nos quartos-de-final pela Argélia, por 3-2. O momento alto da história do futebol marfinense foi a conquista da CAN’92, no Senegal,  e o apuramento para as fases finais dos Campeonatos do Mundo de 2006 e de 2010. Dos 23 jogadores convocados para a última Taça das Nações Africanas, apenas um, o guarda-redes Vincent Angban, joga no campeonato local. Os restantes 22 jogadores actuam em clubes europeus. A frente de ataque, formado por jogadores como Drogba, Kalou, Aruna e Gervinho, apresenta-se bastante mais perigosa do que o sector defensivo, acusado de diversos erros nos últimos jogos.

Um país à beira do desespero

À parte da omnipresença de militares nas estradas do norte ao sul do país, quem viaja pela Costa do Marfim não pode adivinhar que a guerra civil pode rebentar a qualquer momento. O Chefe de Estado Laurent Gbagbo ordenou a dissolução do governo no mês de Fevereiro e voltou a adiar as eleições presidenciais, previstas mas consecutivamente anuladas desde 2005. A oposição apelou aos seus apoiantes a manifestarem-se e a fazerem greve, mas alguns protestos resultaram em motins que foram reprimidos pelas forças leais ao Governo. Dezenas de pessoas morreram. O feroz duelo político entre nacionalistas do sul e os rebeldes do norte, que defendem o alargamento dos direitos eleitorais aos filhos dos imigrantes burkinabés e guineenses, não se traduz na atmosfera social. O povo marfinense repudia a guerra e a divisão da nação. Os cinco anos de conflitos, com milhares de mortos e refugiados, traumatizaram o país. Mas a bomba-relógio pode rebentar a qualquer momento e as duas forças militares podem voltar a confrontar-se.

*Tiago Carrasco, João Henriques e João Fontes estão rumo à Àfrica do Sul no projeto Road to World Cup. Foi mantida a grafia original, de portugês de Portugal.

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Tiago Carrasco

Tiago Carrasco é jornalista e tem 34 anos. Publicou dois livros, centenas de reportagens nos mais prestigiados órgãos de comunicação social portugueses e é autor de dois documentários. Em 2013, ganhou o Prémio Gazeta Multimédia, da Casa de Imprensa, com o projecto "Estrada da Revolução". Com uma carreira iniciada em 2014, tem assinatura em trabalhos exibidos pela TVI e RTP, e impressos pelo Expresso, Sábado, Sol, Record, Notícias Magazine, Maxim e Diário Económico, para além dos alemães Die Welt e FAZ. Em 2010, desceu o continente africano de jipe num projecto que daria origem ao livro "Até lá Abaixo" (na terceira edição) e a um documentário com o mesmo nome. Em 2012, fez a ligação terrestre entre Istambul e Tunes durante a Primavera Árabe, que originou o livro "Estrada da Revolução" e o documentário homónimo. Foi responsável pelos conteúdos do documentário "Brigada Vermelha", sobre a luta de um grupo de adolescentes indianas pelos seus direitos enquanto mulheres. Cobriu importantes eventos internacionais como a guerra civil na Síria, o pós-revolução no Egipto, Líbia e Tunísia, o Mundial de futebol em 2010, a anexação da Crimeia por parte da Rússia, o referendo pela independência da Escócia, o movimento de independência da Catalunha, a crise de refugiados na Europa e a crise económica na Grécia e em Portugal. Muito interessado em desporto, esteve presente no Mundial'2010 e no Euro'2016 e já entrevistou grandes figuras do futebol: Eusébio, Madjer, Paulo Futre, Rivaldo, Deco, Roger Milla, Abedi Pelé, Basile Boli, Ricardo, Abel Xavier, Scolari, Chapuisat, Oscar Cardozo.

Como citar

CARRASCO, Tiago; HENRIQUES, João; FONTES, João. Drogba contra a academia – Abidjan, Costa do Marfim. Ludopédio, São Paulo, v. 11, n. 6, 2010.
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