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O futebol sob o signo da suástica: o Terceiro Reich no poder

O Terceiro Reich

A ascensão de Hitler e os desdobramentos do Terceiro Reich trouxeram mudanças significativas para a Alemanha e, naturalmente, atingiu o futebol. No entanto, antes de tratar as relações as modificações impostas ao futebol e as utilizações dele, é pertinente salientar que o período nazista ainda é visto como um problema para os historiadores alemães e o estudo do futebol no período encontra, ante a isso, os mesmos problemas.

Durante muito tempo pouco se falou do período nazista e das atrocidades cometidas por ele em solo germânico, sendo assim, a questão da continuidade da nação alemã através da catástrofe torna-se um tema importante. O renomado historiador alemão Jörn Rüsen (1992) caracteriza a situação na Alemanha pós-guerra destacando três formas distintas de se entender o período nazista, mas como defende o autor, é necessário ressaltar que uma não sobrepõe as outras e não há uma substituição de forma sequencial, coexistindo entre si e contribuem para o modo como é entendida a história alemã e sua identidade nacional.

Na primeira, existe uma proximidade temporal maior com os crimes nazistas, tendo uma importância fundamental na moldagem da identidade coletiva no pós-guerra. Os alemães entram ao término da guerra com um sentimento de catástrofe e derrota, catástrofe essa que provoca uma ruptura de identidade enfraquecendo drasticamente o até então forte nacionalismo. A crise de identidade coletiva é superada deixando de lado e até mesmo suprimindo a memória do holocausto, por exemplo.

Em uma segunda etapa, que vem exatamente com a próxima geração alemã, que teve que cunhar sua própria noção de identidade coletiva, algo que significou uma luta com seus “país”. Ocorre que pela primeira vez o período nazista ganha lugar na história alemã, sendo tratado como um infortúnio, que constituía a identidade alemã como algo negativo, aqui há uma enorme identificação com as vítimas. É aqui que a crítica se tornou um elemento essencial na interpretação alemã de sua própria história, incluindo o holocausto.

Por fim, a terceira fase, ainda está em aberto, pois se trata de uma geração mais nova de historiadores. Por isso, ainda não se sabe quais serão suas conclusões e contribuições na forma com que os alemães enxergam o período nazista e seus desdobramentos, o que inclui o holocausto, e se enxergam dentro de um processo histórico que tenha o referido evento como ponto de ruptura, tal como a forma como tratam certa continuidade a partir de então. Para essa nova geração a distância temporal permite que eles tratem o período diferentemente de seus pais e avós, “quem cometeu tais crimes foram os outros alemães, não nós” (RÜSEN, 1992, p. 97 -101).

O Terceiro Reich e o futebol

É claro que você está se perguntando, “e o futebol”? O futebol também entra na mesma lógica, as relações com o nazismo foram primeiramente negadas, depois silenciadas, para recentemente começarem a ser tratadas. Como afirma Kate Connolly (2001), apenas na no início dos anos 2000 que a DFB – Federação Alemã de Futebol começou a liberar documentos do período nazista, poucos documentos, alegando que a maioria foram destruídos e incentivaram que clubes fizessem o mesmo. Isso explica a parte pouco pomposa que relata o período no livro Tor !: The Story of German Football Paperback (2011), de Ulli Hesse que tem sua primeira publicação em 2003, o livro é possivelmente a mais audaciosa empreitada acadêmica em relação ao futebol em forma de livro, ao tratar a história do futebol alemão de maneira minuciosa em uma enormidade de fatos e personagens. Explica também o fato de que, na maioria das vezes, as reflexões encontrar os mesmos pontos, há pouca coisa nova quando se trata o período, o que vem mudando nos últimos anos.

Para pensarmos as aproximações e utilizações do governo nazista retomemos o que foi tratado no primeiro texto da série O futebol sob o signo da suástica: a chegada do Terceiro Reich no poder, por mais que há uma tendência de centralizar o Terceiro Reich na figura de Adolf Hitler, o sistema era bem mais complexo, contava com uma organização bastante elaborada, e nesta — mesmo que Hitler não desse muita atenção ao futebol — Joseph Goebbels via nele um instrumento importantíssimo para gestão das massas e para propaganda nazista.

Antes de tratar se Hitler torcida para time A ou B é importante dizer que para a construção do consenso de um regime autoritário isso pouco importa, o que importa na prática é como um governo autoritário toma o futebol e o usa, ou como ele usa especificamente um time como propaganda ou como instrumento de poder.

Diferentemente de outros ditadores não há fotos de Hitler jogando futebol na juventude, ou dele em estádios antes de sua ascensão, nem mesmo relatos de que ele tivesse de fato um time de afeição ou até mesmo que gostasse de futebol, pelo contrário, o tratava como algo bastante depreciativo. O que se explica por ser um esporte estrangeiro, como tratado no primeiro texto dessa coletânea. Entretanto foi rapidamente convencido que seria bastante útil explorar o futebol, pois este já era bastante popular na Alemanha desde os anos 1920. Goebbels pelo contrário, era um entusiasta do futebol, pelo menos em seu poder arrebatador das massas e em seu potencial de propagandístico. Escreve em seu diário que “uma vitória no campo de futebol é mais importante para a população do que a conquista de uma cidade em território inimigo”. Tal registro data de 7 de agosto de 1938, por ocasião da eliminação da seleção alemã nos Jogos Olímpicos de 1936.

Havia entraves para a utilização do futebol por parte dos nazistas, entraves que seriam transpostos paulatinamente – aqui é importante ressaltar mais uma vez que o regime nazista não começa como uma ditadura, mas este vai caminhando até se transformar em uma –, Nils Havemann (2010, p. 244-245) mostra que nos anos iniciais havia a intenção de manter o esporte separado de questões políticas, que era algo feito desde a República de Weimar, a DFB tinha o mesmo pensamento em relação ao futebol. Isso pode ser visto no livro de Carl Koppehel (1954) História do Futebol Alemão (Geschichte des Deutschen Fussballsports), o autor ocupou cargos importantes dentro da DFB a partir de 1934, no livro, visa mostrar como a DFB buscou se manter distante dos nazistas:

A ideia era conduzir o futebol alemão driblando os abismos que se abriam, ao mesmo tempo aniquilando as forças que almejavam atingir posições de liderança, satisfazendo ambições pessoais. Não faltaram tentativas de atrair essa modalidade esportiva para a política, impondo-lhe tarefas que ela jamais poderia cumprir. As circunstancias políticas reinantes constituíram um empecilho grande para manter a conduta dominante. No entanto, de forma geral, foi possível continuar no antigo rumo. Os dirigentes do futebol não tinham obrigações político-partidárias, não precisaram se adaptar. No futebol, todos sempre cooperaram de forma estreita na base de uma atuação conjunta em nome do povo inteiro. (KOPPEHEL, 1945 apud HAVEMANN 2010, p. 244)

A argumentação do Koppehel mostra que há duas tentativas. A primeira foi a tentativa da própria DFB de se manter autônoma em relação ao nazismo, ela realmente ocorreu como veremos a seguir, e a segunda foi a tentativa da DFB, por intermédio do autor, de criar uma narrativa que a distinga do período nazista, mesmo a separação não sendo efetiva em todos o período, o que pode ser visto na ultima frase ao dizer que estariam em conjunto “ao povo inteiro”. É importante salientar que a construção do consenso veio aos poucos, com o tempo, ficou insustentável para a DFB se manter autônoma, mesmo que essa tenha realmente tentado.

O não envolvimento da DFB em questões políticas é uma meia verdade, a federação que nasce em 1900 sob a intenção de não se envolver com política, nas duas primeiras décadas seguintes houve por parte da federação, um marcante tom nacionalista, nacionalismo esse que inflamou os ânimos acarretando na Primeira Guerra Mundial. A DFB viveu durante o período um verdadeiro entusiasmo belicista. O entusiasmo citado era transposto em suas publicações oficiais, “a posteridade haverá de nos invejar por termos tido o privilégio de vivenciar esta era”, escreve Georg Blaschke, presidente de honra da DFP no Anuário de Guerra, publicado em 1915.

Havemann (2010, p. 246) defende que só após a Primeira Guerra Mundial foi possível ver uma mudança de postura na maioria dos dirigentes da entidade, estes se afastando de manifestações políticas e alianças partidárias. O autor cita, como exemplo, a fala posterior a Primeira Guerra Mundial de Felix Linnemann, que ascenderia à presidência da entidade em 1925, “o ódio nacionalista desumano” não poderia encontrar lugar no futebol, para não correr o risco de transformar o “esporte pacificador entre as nações em palco de paixões políticas e nacionalistas”.

Antes que pensemos apressadamente que a atitude dos dirigentes alemães era algo altruísta, ou que aprenderam com o processo histórico que a Alemanha e a Europa se envolveu durante a primeira guerra mundial ou que estavam preocupados com a vida dos jovens alemães, é necessário ressaltar que isso é apenas uma estratégia narrativa construída posteriormente e o livro de Carl Koppehel é um dos esforços em relação a isso, a DFB se afastou do nacionalismo e dos rumos que a política alemã tomava meramente por conta de questões financeiras e comerciais. O nacionalismo era incompatível para com os interesses da federação.

Os torneios europeus alcançavam bastante sucesso naquele período, tornando-se uma das principais fontes de renda da DFB. Havemann (2010, p. 246-247) mostra que jogos de equipes alemãs em solo alemão a DFB ficava com 1% da renda bruta e, em solo estrangeiro, 4% da “indenização de viagem” concedida pelo país anfitrião. Outro ponto importante no quesito comercial era que grande parte dos patrocinadores do futebol eram, no período, fabricantes de cigarro e cervejarias, nacionais e estrangeiras, que paradoxalmente apesar de uma inflação galopante, dívidas de guerra e economia em declínio, apresentava a consolidação do futebol que se transformava cada vez mais em um esporte amplamente popular, logo, uma federação com mais membros, assim sendo, a FDB tinha interesses comerciais que uma nova guerra impulsionada por nacionalismos atrapalharia.

A questão da profissionalização do futebol é um ponto importante a ser destacado nesse período sendo utilizado pelo regime nazista para conseguir a adesão de clubes à sua ideologia e que, por sua vez, delineou o mapa político do futebol alemão. Diferentemente de Inglaterra, Áustria, Hungria ou Tchecoslováquia a Alemanha não profissionalizou o futebol – medida que será tratada pelos nazistas posteriormente –, fazendo com que a DFB pudesse continuar tendo um caráter jurídico de associação beneficente. Podendo assim, se manter saudável financeiramente mesmo com queda do número de associados e do número de venda de ingressos e em uma Alemanha em crise.    

Engana-se quem acredita que em governos autoritários a conquista do consenso se dá necessariamente pela força, geralmente, a força é utilizada apenas em última instância. O governo nazista antes de se impor foi se aproximando aos poucos da DFB e oferecendo vantagens, construindo um verdadeiro jogo de interesses que no fim, ambos precisavam um do outro de forma mútua.

Quando Hitler é nomeado chanceler em janeiro de 1933, a situação em torno da profissionalização estava insustentável. Como aponta Havemann (2010, p. 248), de um lado estavam os times grandes como Eintracht Frankfurt, Fußball-Club Bayern München, Spielvereinigung Furt, VfB Stuttgart e VfR Mannheim que ameaçavam abandonar a federação caso não profissionalizasse o futebol alemão, por outro lado, os clubes menores e a própria DFB que defendiam que continuasse da mesma maneira.

Apesar da disputa tensa em torno da profissionalização, fora decidido em favor da DFB por intermédio de Hans Von Tschammer Und Osten, dirigente esportivo do Reich. O argumento que convenceu os nazistas era simples, caso houvesse a profissionalização os principais atletas alemães não poderiam participar das Olimpíadas de 1936 e com isso, uma medalha a menos. Portanto, a decisão, no momento, atendia a demanda de ambos, do Reich e da DFB, além de marcar uma aproximação entre eles.     

O jogo de interesses entre Reich e DFB continuou e a federação gozou de diversos privilégios durante o período nazista. Havemann (2010, p. 249) mostra que a “equiparação formal” da DFB foi consubstanciada por meio da integração da entidade na Federação Alemã para Exercícios Físicos, em 1934, ocorrendo assim a incorporação do chamado “princípio do Führer” – era o princípio que visava expulsar os valores liberais – democráticos da sociedade alemã, como expressa Carl Schmitt (1997, p.50) “A materialização da ideia de Führer exige, primeiramente, que tenham fim todos os métodos de acordo com a natureza do mundo do pensamento democrata-liberal. A eleição por baixo cessa com todos os resíduos de ‘eleitoralismo’ existentes até agora.” O princípio “princípio do Führer” é importantíssimo no processo de construção de consenso da ditadura nazista, como demonstra Wilhelm Reich (1988, p.59) em seu celebrado Psicologia de Massas do Fascismo, “a prioridade do bem-estar coletivo sobre o bem-estar individual” e dos “ideais corporativos” do fascismo estão presentes no Terceiro Reich, porém a partir do “Princípio do Führer” os elementos essenciais da ideologia fascista ganham um contorno individualista, como é o caso, em torno de uma política familiar, o indivíduo era inserido em uma “família grande”. O futebol foi central para o “Princípio do Führer”, especialmente na moldagem de um indivíduo no seio de uma “família grande”, o indivíduo que é livre apenas no interior de certa coletividade.

Embora o futebol estivesse sobre controle do regime nazista, a DFB manteve certa autonomia como defende Koppehel (1954), especialmente até os Jogos Olímpicos de 1936, Hans Von Tschammer Und Osten no princípio dava amplas liberdades aos funcionários da federação, especialmente, porque essa não confrontava com os anseios dos nazistas. Entretanto, diferentemente do que busca mostrar Koppehel, o futebol alemão foi bastante utilizado pelos nazistas e não encontrou resistência da federação. É bem verdade que o autor não diz que houve resistência, ele apenas oculta a conivência.

Então, como o nazismo usou a DFB e o futebol alemão? Tal como as aproximações não foram imediatas, as utilizações também passaram por processos distintos. Buscaremos separar aqui a seleção e os clubes.

Retomando a ideia de Goebbels como um entusiasta da utilização do futebol enquanto ferramenta política e de propaganda. Com a anexação da DFB à Federação Alemã para Exercícios Físicos, as partidas de futebol foram transformadas em treinamento paramilitar e os jogadores forçados em realizar a saudação nazista, em jogos e treinamentos. Ponto importante é que aos jogadores eram aplicados testes constantes para saber sobre seu alinhamento político, nos quais eram questionados sobre fatos pessoais da vida de Hitler, tal como a data de seu aniversário como aponta Kate Connolly (2001). Algo paradoxal é que os treinamentos de cunho paramilitar ajuda a modificar a forma de jogar dos alemães como defende Ulli Hesse (2011), fazendo do jogo alemão mais coletivo e de toque de bola ao invés de cruzamentos na área.

Goebbels viu a possibilidade de utilizar a seleção alemã como ferramenta de propaganda do regime, desta maneira a seleção alemã começou a fazer diversos amistosos internacionais, tanto em solo alemão quanto em solo estrangeiro. O mais emblemático deles foi sem dúvidas o confronto com a seleção inglesa em 14 de maio de 1938, ou seja, após a derrota do futebol nas Olimpíadas de Berlim e pouco antes da Copa do Mundo de 1938, sediada na França entre 4 e 19 de junho do mesmo ano.

É imprescindível não a confundir com outra partida entre as duas seleções, ocorrida em 4 de dezembro de 1935, muitas vezes há confusões em reportagens em que são colocadas fotos da partida de 1938 como se fosse em 1935, em solo inglês a seleção local não fez saudação nazista.

A partida em si, a de 1938 – que merece um texto só para ela e possivelmente no futuro construamos um – foi cercada de controvérsias, a foto de jogadores ingleses fazendo a saudação nazista pode enganar um pouco. A saudação aliás, uma jogada política brilhante de Goebbels, na medida que nas outras partidas, contra outros adversários isso não ocorria, apenas os jogadores alemães a faziam. As controvérsias já vinham desde a partida de 1935, que incluía a escolha do local para o jogo, o lendário estádio White Hart Lane, do time de ascendência judaica Tottenham Hotspur. Não tardou e protestos massivos vieram, especialmente de sindicalistas e organizações judaicas que exigiam o cancelamento do jogo. O jogo ocorreu, 10 mil alemães foram para Londres para assistir ao jogo, com cerca de 800 policiais fazendo a segurança e protestos fora do estádio, a seleção dos Três Leões venceu por 3 a 0.

Há uma diferença significativa no contexto dos dois jogos, enquanto no de 1935, no White Hart Lane, os nazistas haviam ascendido ao poder há pouco tempo e ainda havia respeito diplomático com diversas nações, incluindo a Inglaterra, apesar de seu tom nacionalista e antissemita explícito, o contexto de 1938 era bem diferente, a Alemanha já havia anexado a Áustria em março do mesmo ano, a Itália invadira a Etiópia em 1936 e o pacto Anti-Komintern entre o Japão e Alemanha já havia sido assinado, além da invasão da China pelo Japão em junho de 1937. O mundo vivia um contexto de pré-guerra mundial, ao mesmo tempo, as políticas eugenistas e antissemitas do governo nazista estavam à pleno vapor.

As polêmicas envolvendo essa partida foram ainda maiores que a anterior, obviamente o contexto exigia isso. Conor Heffernan (2016) destaca que os políticos ingleses, como o primeiro-ministro britânico à época Neville Chamberlain, estavam cientes das proporções que o jogo tomava, especialmente para os alemães, mas confiavam inclusive nos resultados anteriores, colocando no futebol uma responsabilidade alheia a ele.

A Alemanha contava com uma invencibilidade de 14 jogos, sendo a ultima derrota justamente para a seleção inglesa, na construção simbólica promovida por Goebbels, vencer os inventores do futebol seria o ápice da supremacia alemã no esporte. O embaixador britânico em Berlim, Nevile Henderson chegou a declarar “os nazistas procuram vitórias para impulsionar seu regime. É sua maneira de reivindicar uma super-raça”. Logo, os ingleses estavam cientes do problema que envolviam a partida.

A partida foi cercada de uma massiva exposição midiática por parte dos alemães, Conor Heffernan (2016) afirma que mesmo tendo capacidade para 120.000 pessoas, nas semanas anteriores mais de 400.000 procuraram por ingressos. Na mídia inglesa multiplicaram reportagens explicitando o caráter político, mas um cancelamento da partida não seria mais possível, seria usado pelos nazistas como sinônimo de covardia dos ingleses frente a opulência da força alemã.

Antes do jogo uma ordem, os jogadores britânicos deveriam fazer a saudação nazista em forma de respeito, o que contou com oposição massiva dos atletas, como conta as memórias de Sir Stanley Matthews*, causando inclusive indignação e gerando um clima bastante tenso. Conor Heffernan (2016) descreve que foi necessária a intervenção de Nevile Henderson para que os jogadores aceitassem a ordem e caso se não aceitassem, jamais vestiriam a camisa da seleção inglesa novamente. Minutos depois, deu-se os procedimentos para o início da partida. Alinhada aos adversários, a seleção inglesa fez a saudação nazista, tendo no estádio a presença de Goebbels, Goering e Hess, Hitler não estava presente porque estava em reunião arquitetando a invasão da Tchecoslováquia, mas era informado sobre o resultado da partida, dado à proporção que ela tomara.   

Em campo, 6 a 3 para os ingleses com uma atuação magistral de Stanley Matthews – há imagens originais no filme indicado ao fim do texto –. Essa foi a última partida que Goebbels promoveu, dois motivos ficam bastante notórios, o primeiro é que a situação já estava insustentável para partidas amistosas, o segundo é que a derrota foi acachapante e sua tentativa de demonstração de “super-raça” fora por água abaixo, lembrando que a seleção nazista contava com jogadores alemães e austríacos. O esporte tem dessas coisas, o resultado nunca é certo, vários regimes tem vitórias e derrotas, o regime hitlerista é, sem dúvidas, o que mais teve derrotas humilhantes em campo, inclusive no futebol e olha que ainda não falamos do “jogo da morte” que será tratado no texto referente à Ucrânia. Portanto, a foto dos jogadores ingleses fazendo a saudação nazista, em uma análise mais profunda, traz mais um ato de bravura que o inverso por parte dos jogadores.

E os clubes e a liga alemã? Bom! Para tratar dos clubes, é necessário antes falar dos arranjos que foram feitos na liga alemã tal como na copa nacional. Diferentemente da Itália que os fascistas construíram uma liga da forma que desejaram, modificando nomes de times, desmembrando alguns, excluindo clubes e unindo forçadamente outros, mesmo que esse fosse o objetivo, na Alemanha não foi possível uma “NaziLiga” ou uma “ReichLiga” – ocorreram reuniões para tratar isso e com esse nome – muito por conta da posição que ocupava  DFB, o que não significa que os nazistas não influíram e modificaram drasticamente a estrutura do futebol alemão.

Com marcante influência da administração nazista em 1933, foi criada a Gauliga para substituir a Bezirksligas, que organizava o futebol na República de Weimar. Na prática foram inicialmente introduzidas 16 Gauligen regionais, alguns divididos em grupos e outros com estrutura de “mata-mata”, respeitando as novas regionalidades alemãs, os gaulens substituíam os estados, como a Prússia e a Baviera, logo, o futebol foi fundamental para a assimilação na nova cartografia. É importante destacar que com a política expansionista alemã, novos gaulens eram incorporados e automaticamente, a Gauliga agregava mais times, na verdade havia mais Gauligas regionais.

Os vencedores das Gauligen iam se enfrentando até fazer a grande final do Campeonato Alemão. Um ponto a ser destacado é que, com exceção da final de 1935, todas as outras foram disputadas em Berlim, capital administrativa do governo nazista. Dentre seus campeões destacam-se: 1934 – FC Schalke 04, 1935 – FC Schalke 04, 1936 – FC Nürenberg, 1937 – FC Schalke 04, 1938 – Hannover 96, 1939 – FC Schalke 04, 1940 – FC Schalke 04, 1941– Rapid Wien, 1942 – FC Schalke 04, 1943 – Dresdner SC e 1944 – Dresdner SC. Três pontos importantes devem ser destacados, que de 1934 até 1942, quando os nazistas, antes do declínio do Terceiro Reich, o FC Schalke 04 não participara apenas da final de 1936, estando presente em todas as outras, depois, ficando fora apenas em 1943 e 1944. Outro ponto interessante é que com o desenrolar da guerra, as Gauligen continuaram funcionando, mesmo que em algumas regiões não houvesse times, por falta de homens adultos aptos a jogar, visto que estavam ocupados com a guerra. O mais importante deles é a vitória do Rapid Wien em 1941, time de marcante influência judaica, acontece que o time já havia sido “desjudaizado”, que é uma maneira romantizada de falar que seus dirigentes tinham sido perseguidos e até mesmo mortos em campos de extermínio – tema que será tratado em um texto propício sobre a Áustria – o governo nazista usou da vitória do time “livre de judeus” como propaganda do regime e para insuflar os clubes  “verdadeiramente alemães” a reconquistar o título.     

A Copa da Alemanha, que conhecemos hoje como DFB-Pokal, foi uma criação nazista. Criada pelo já citado Hans Von Tschammer Und Osten, dirigente esportivo do Reich, que inclusive se chamava inicialmente Tschammer-Pokal em sua homenagem, ou imposição, nome que carregou até 1943. Sua organização seguia a mesma estrutura das Gauligen diferenciando pelo seu estilo de copa, ou seja, “mata-mata” desde seu início. Dentre seus campeões destacam-se: 1935 – FC Nürenberg, 1936 – VfB Leipzig, 1937 – FC Schalke 04, ano que também vencera o Campeonato alemão, 1938 – Rapid Wien, 1939 – FC Nürenberg, 1940 – Dresdner SC, 1941 – Dresdner SC, 1942 – TSV 1860 Munich e 1942 – First Vienna FC.

Ainda há a questão dos clubes, comumente ouve-se que o FC Schalke 04 era o time do coração de Hitler. Há uma consideração pertinente a ser feita acerca disso antes de tratarmos as relações do nazismo com os clubes alemães, retomando o que já vem sendo defendido, para um regime ditatorial não importa o time que o ditador torce, em muitos dos casos, o próprio ditador usa outro time que não é necessariamente o time do coração, o que importa para o ditador ou aspirante a ditador é a forma como ele utiliza determinados clubes, podendo ora favorecer ou perseguir seus adversários.

Nils Havemann (2010) afirma que quatro times apoiaram ativamente Hitler desde sua ascensão e automaticamente se beneficiaram com isso, inclusive financeiramente, dentre eles o Werder Bremen, VfB Stuttgart, o TSV 1860 Munich e o FC Schalke 04, sendo inclusive os azuis reais o quarto clube nesta lógica. Entretanto, os resultados acima apresentados mostram que de fato o clube de Gelsenkirchen teve seu período mais vitorioso durante a ditadura nazista, conquistando por exemplo, 6 de seus 7 campeonatos alemães no período.

Ulli Hesse (2011) destaca que o FC Schalke 04 revolucionou o futebol alemão antes que os nazistas chegassem ao poder, criando um estilo de jogo que colocava a bola no chão e com toques rápidos. Para Michael Sailer (2018) o  que ficou conhecido como Schalker Kreisel – que se traduz em “Spinning Top” em inglês – uma metáfora que descreve a filosofia revolucionária do Schalke de passar rapidamente a bola no chão, um primo distante do tiki-taka, que permitiu que o clube tivesse vantagem em relação a seus adversários.

Michael Sailer (2018) em seu importante trabalho Heróis ou culpados? A relação problemática entre os dias de glória do Schalke e os nazistas trata bem a relação entre FC Schalke 04 e o governo nazista. Em seu trabalho ele chama a atenção que apesar da forma revolucionária que o clube desenvolveu o futebol antes do regime nazista, os resultados coincidentemente só frutificaram durante o período que Hitler e seus aliados estiveram no poder. O autor defende que havia uma conexão real entre ambos, o que é inclusive comprovada documentalmente.

As ligações não são meramente jogadores importantes usando camisetas com o Reichsadler – águia usada como símbolo nazista –, o FC Schalke 04 havia sido punido pela DFB em 1930 porque o clube pagou jogadores uma quantia em dinheiro, algo proibido, como tratado anteriormente na questão envolvendo a profissionalização do futebol, na ocasião, 14 jogadores foram suspensos, um ano depois voltaram e logo conquistaram seu primeiro título. É bem verdade que não há nenhuma ligação com o regime nazista de forma explícita, mas o FC Schalke 04 foi um dos primeiros entre quatro clubes que excluíram prontamente os judeus de suas fileiras a partir de 1933, os outros são os da lista apresentada acima.

Até pouco tempo pouco se sabia sobre as ligações do FC Schalke 04 e o regime nazista, algo parecido com o que foi apresentado no início do texto acerca da forma como os alemães entendem sua própria história, a perspectiva proposta pro Jörn Rüsen (1992), ninguém no clube queria falar sobre tais relações. Mas ao que parece, os azuis reais tinham alguns esqueletos no armário, pegando a expressão de Michael Sailer (2018), em 2001 quando o clube resolveu renomear uma rua aos arredores de seu estádio, o Veltins-Arena, que anteriormente homenageava Fritz Szepan, antigo jogador e ídolo do clube. A atitude causou estranheza, com ela explicitou-se que Szepan havia se juntado ao partido nazista, o NSDAP e participado da cruel arianização de Hitler ao assumir um negócio judeu por um preço de banana. Sendo os antigos proprietários Sally Meyer e Julie Lichtmann, deportados e executados no campo de extermínio de Riga-Kaiserwald.

Michael Sailer (2018) reforça que o esforço do FC Schalke 04 é louvável, não nega sua história, como fazem diversos clubes ao redor do mundo. O clube encomendou um estudo para desnudar as relações do clube com os nazistas. O cientista social Stefan Goch foi contratado e com seus estudos escreveu o livro Zwischen Blau und Weiß liegt Grau (Entre o azul e o branco, existe o cinza). Segundo o autor, é uma ótima leitura; O esforço de pesquisa e as conclusões de Goch são surpreendentes e esclarecedores – em breve constataremos as impressões.

A história do FC Schalke 04 e sua relação com o nazismo se confunde com a da DFB, era um clube apolítico antes da ascensão do nazismo, mantinha a liberdade individual e política de seus membros, mas mudou com a escalada autoritária, tendo vantagens em relação a isso, é uma boa forma para se compreender a sociedade alemã e como ela foi, aos poucos, aderindo ao nazismo e sendo coparticipes de suas ações. Michael Sailer (2018) mostra que vários dirigentes e membros do clube ingressaram no NSDAP, mas apenas três jogadores: o zagueiro Hans Bornemann, Fritz Szepan e Ernst Kuzorra, coincidentemente, ou não, são os jogadores que aparecem em fotos com camisetas da Reichsadler. Paradoxalmente os três jogadores eram bastante entusiastas do regime, não se furtavam em dar entrevistas elogiando Hitler e o nazismo, além de expor ideias eugenistas e xenófobas.

No que diz respeito aos jogadores é pertinente compreendermos que o fascismo é um movimento político, econômico, filosófico, mas também social, uma conexão entre jogadores e o regime era algo quase que sintomático, o nazismo trazia em sua ideologia um ideal de esplendor e glória, é comum ver jogadores se aliando a tais ideais, outrora e hoje. Jogadores tanto naquela época quanto em outras, quanto agora se transformam em oportunistas, fazem saudações militares, desfrutam de privilégios, naquela época, eram dispensados de servir na frente de batalha. É injustificável, mas não incompreensível.

Enquanto ao clube, caso não tenham percebido ainda, o nazismo foi um regime bastante parasitário, ele se utilizava de quem se permitia se utilizar e destruía quem se opunha. O FC Schalke 04, por conta de seu sucesso, era o melhor clube no momento para ser utilizado, não se opôs a isso, foi instrumentalizado ao máximo pelos nazistas. Portanto, não faz sentido perguntar se Hitler torcida para o FC Schalke 04, aliás, isso não importa, o que importa é entendermos como ele foi utilizado e como isso nos ajuda a entender como os nazistas dominaram de tal modo a sociedade alemã. E, claro, isso talvez nos explique algo sobre o que vivemos aqui nos trópicos hoje, pois isso é a função da História. Talvez!

“Não conquistamos títulos até a morte de Hitler” é um dos orgulhos dos torcedores do Borussia Dortmund, rival do FC Schalke 04, que é uma boa pedida para interpretarmos como é possível gerir a memória histórica e como as derrotas podem ser mais valiosas que vitórias na construção de identidades, especialmente em média e em longa duração.  

O caso do Borussia Dortmund, a sua história é parecida com a de seu rival do Vale do Ruhr até a ascensão do nazismo, ambos formados em uma região operária, dependente da mineração, que até então, não eram protagonistas no cenário futebolístico alemão. A história dos dois rivais se distanciou no período nazista, enquanto o FC Schalke 04 em proximidade com os nazistas se tornou a grande agremiação esportiva do período, o Borussia Dortmund teve resultados modestos, o mais emblemático foi a convocação de seu primeiro jogador para a seleção nacional, August Lenz, servindo a seleção por 14 vezes.

A disparidade de grandeza dos feitos esportivos entre as duas equipes era evidente, mas a disparidade fora dos campos se tonara ainda maior. Enquanto os azuis reais foram se alinhando gradativamente ao regime nazista, os aurinegros resistiram a ele. O Vale do Ruhr é uma zona industrial e por conta disso com muitos imigrantes, dentre eles judeus. Tal como maioria dos clubes alemães, de futebol ou não, contava com judeus e imigrantes quando o nazismo chegou ao poder, diferentemente de seu rival, se recusou a expulsá-los, e fez ainda mais, usou a sede do clube para produzir material antinazista. O presidente do clube e demais dirigentes recusaram se filiar ao partido nazista. Como represália foram afastados do clube, em seu lugar foram nomeados interventores e muitos de seus membros mortos por traição por produzir material antinazista.    

É possível considerar o Borussia Dortmund um Judenklubs, ou seja, um clube judeu, mas a expressão se aplica melhor ao Fußball-Club Bayern München e ao Alemannia Aachen. Tais clubes viveram sob vigilância e perseguição constante do regime nazista, tendo membros perseguidos e ameaçados.  

Apesar de que o banimento oficial dos judeus de todos os esportes na Alemanha foi a partir de 1935, Nils Havemann (2010, p. 250-252) mostra que a exclusão de atletas judeus começara no futebol desde 1933, desempregados, os jogadores judeus foram levados ao ostracismo. Da federação alemã, por exemplo, foram desfiliados 300 atletas de ascendência judaica. Como os atletas olímpicos Gottfried Fuchs e Julius Hirsch, o primeiro fugiu para o Canadá, o segundo fora executado no campo de extermínio de Auschwitz – traremos um texto sobre os dois posteriormente.

No caso do clube bávaro, que fora o último campeão alemão antes da ascensão do nazismo, tinha como presidente um judeu, Kurt Landauer, o treinador na época, Richard Kohn também era judeu. O presidente teve que deixar o cargo em 22 de março de 1933, justamente com numerosos funcionários do clube, entretanto, como relata Herbert Moll, jogador do clube na década de 1930 e que também era judeu, continuou exercendo a função mesmo após deixar o clube. É fundamental salientar que o fato de Landauer poder continuar influindo no clube mesmo após sua saída oficial se deu por conta dos sócios do clube, que diferentemente de outros locais, os convictos do nazismo ou os infiltrados pela gestão nazista era uma minoria insignificante. Essa parte é essencial para refletirmos sobre a Alemanha no período nazista, aqui, o futebol é uma ferramenta significativa para compreendermos melhor como funcionava essa sociedade.

Havemann (2010, p. 252) mostra que as ligações entre Landauer e o clube se mantiveram estreitas mesmo após esse ter sido expropriado e preso por quatro semanas no campo de Dachau, após a Noite dos Cristais. Libertado por ter lutado na Primeira Guerra mundial, em maio de 1939 migrou para a Suíça. Mesmo da Suíça manteve-se próximo ao Fußball-Club Bayern München, mesmo sob o regime nazista. Fato interessante e desafiador aconteceu em um amistoso na Suíça em que o time o aplaudiu durante vários minutos, parando após ameaças de policiais da Gestapo. Com o término da Guerra, Kurt Landauer voltou a Munique, retomando o cargo de presidente, hoje, tem uma estátua na sede do clube. Este, que tem uma história de resistência ao regime e nazista, diferentemente do maior clube em resultados desportivos de outros países, não o fez se aliando a uma ditadura assassina. Cada um constrói sua grandeza da forma como lhe convém e conta sua história como os fatos lhe permite, os fatos ajudam muito os bávaros contar a sua.

O outro Judenklubs mencionado é o Alemannia Aachen, que apesar de não ser muito conhecido hoje, era bem conhecido na época com suas belas camisas aurinegras. Não apenas se posicionaram contra o desligamento de atletas judeus, mas também lutaram contra a prisão e deportação de judeus de um modo geral. Usando da mídia esportiva, inclusive internacional, teve sucesso parcial, visto que conseguiram a libertação e salvar dezenas de pessoas até as Olimpíadas de Berlim, situação que fora revertida pelos nazistas após a competição e o clube fora duramente perseguido posteriormente.

Tratar a história do futebol alemão é tratar a própria história da Alemanha, permite entender um pouco da história do país, ao passo que fingir que o futebol alemão ou clubes não tiveram envolvimento com o nazismo é o mesmo que dizer que a sociedade alemã não o teve ou que o nazismo não tem local no encadeamento histórico da Alemanha, ao mesmo passo, acreditar que não houve resistência no interior do futebol, também é acreditar que não houve resistência no interior da própria sociedade alemã. O futebol e sua história são fundamentais para quebrarmos os automatismos das interpretações.

* Possivelmente maior jogador britânico, sendo comparado não com David Beckham, mas com Pelé, apesar deste humilde “escrevedor” achar mais parecido com Garrincha. Também achei exagerada a comparação quando a vi pela primeira vez, mas após pesquisar sobre, achei plausível, após assistir ao filme, achei justa. Fica a indicação do documentário Matthews.

Bibliografia

CONNOLLY, Kate. Football confronts its Nazi past. The Guardian, London, 22 02 2001. Acesso em: 25 de ago. de 2020. 

HAVEMANN, Nils. O futebol sob o signo da suástica. In: VIZ QUADRAT, Samantha; ROLLEMBERG, Denise. A construção Social dos Regimes Autoritários: Legitimidade, consenso, e consentimento no século XX – Europa. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010, p. 243-256.   

HEFFERNAN, Conor. The hand of Goebbels: England, Germany and the nazy salute.  These Football Times, London, 06 08 2016. Acesso em: 25 de ago. de 2020.

HESSE, Ulli. Tor !: The Story of German Football Paperback. Köln: WCS Books, 2011.

MATTHEWS. Direção: Ryan Scott Warren, Produção: J. David Everhart, Maddie Scott. London (UK), Amazon Film, 2017.

RÜSEN, Jörn. Holocaust – Memory and German Identity – Three Forms of Generational Practices. In: MARTINS, Estevão Resende (Org.). Textos de História. Memória Identidade e Historiografia. V. 10, n. 1/2, 1992. Pp. 95-105.

 REICH, Wilhelm. Psicologia de massas do fascismo. São Paulo: Martins Fontes, 1988. 2.ed.

SAILER, Michael. Heroes or Culprits? The troubling relationship between schalke’s glory days and the nazis. These Football Times, London, 04 05 2018. Acesso em: 25 de ago. de 2020.

SCHMITT, Carl. État, mouvement, peuple. Paris: Éditions Kimé, 1997.


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Makchwell Coimbra Narcizo

Doutor em História pela UFU, Graduado e Mestre em História pela UFG. Atualmente professor no IF Goiano - Campus Trindade. Desenvolve Estágio Pós-Doutoral na PUC Goiás. Membro do GEPAF (Grupo de Estudos e Pesquisa Aplicados ao Futebol - UFG). Coordenador do GT Direitas, História e Memória ANPUH-GO. Autor dos livros: A negação da Shoah e a História (2019); A extrema direita francesa em reconstrução - Marine Le Pen e a desdemonização do Front National [2011-2017] (2020) dentre outros... isso nas horas vagas, já que na maior parte do tempo está ocupado com o futebol... assistindo, falando, cornetando, pensando, refletindo, jogando (sic), se encantando e se decepcionando...

Como citar

NARCIZO, Makchwell Coimbra. O futebol sob o signo da suástica: o Terceiro Reich no poder. Ludopédio, São Paulo, v. 135, n. 11, 2020.
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