142.41

“Misto e anti-misto”: um sintoma das desigualdades regionais no torcer do Nordeste

Foi durante os governos de Getúlio Vargas que o futebol começou seu processo de burocratização, fenômeno comum em diferentes áreas durante o regime. Como um fenômeno também social, esse esporte se tornava cada vez mais popular no início do século XX, portanto, foi visto como um importante elemento para ser usado como dispositivo do Estado para conformação das massas, em um momento de tentativa de integração nacional pelo governo varguista.

De acordo com Renato Soares Coutinho (2013), mesmo diante dos problemas culturais e institucionais enfrentados ao longo do século XX, o “futebol conseguiu realizar aquilo que parecia distante ainda na Primeira República: unificar os símbolos nacionais e padronizar os rituais de exaltação cívica em associação com o Estado Nacional” (COUTINHO, 2013, p. 22).

Portanto, a década de 1930 marcou a ascensão de um Estado que se inventava nacional. No plano institucional e material, diversas medidas centralizadoras orientaram as ações estatais. No campo simbólico, o futebol assumiu papel de destaque no processo de composição do imaginário nacionalista. A bem-sucedida associação entre Nação e Seleção Brasileira, consolidada entre as décadas de 1930 e 1950, nos transformou no “país do futebol”. Hino nacional antes dos jogos, cidades paradas para ver partidas de futebol, feriados nacionais após grandes vitórias. De Belém a Porto Alegre, a seleção nacional de futebol consegue mobilizar manifestações espontâneas de adesão que se assemelham. Em poucos momentos além dos noventa minutos de jogo, catarinenses e maranhenses se aproximam tanto (COUTINHO, 2013, p. 22).

O futebol foi usado como símbolo nacionalista com o objetivo de unir o país, e um dos principais instrumentos para isso foi a seleção brasileira, mas não somente ela. Alguns clubes foram favorecidos pela direção política varguista de formação da hegemonia para construir a sua popularidade e ganhar adeptos e influência.

Considerando o caráter contraditório da centralização e integração do Estado moderno brasileiro em detrimento do federalismo, destacam-se os atores sociais que se envolveram na profissionalização do futebol no país, no caso governo, clubes, imprensa, torcida e os “vínculos identitários com a nação ou com a região” (COUTINHO, 2013, p. 27). Por conta disso, alguns clubes se tornaram mais populares do que outros por se alinharem com os valores que demonstravam este ideal de nação que estava alinhado ao governo.

Assim como no Rio de Janeiro, os times de São Paulo também ganhavam destaques nas questões voltadas para o futebol. Um dos principais motivos para as duas cidades estarem em evidência era o protagonismo econômico e político dois estados. Outro fator importante foi que a imprensa escrita de ambas as cidades conseguiu uma melhor projeção a nível nacional. Posteriormente, o rádio e a televisão trilhariam o mesmo caminho. Por fim, a burocratização e regulamentação, que se dava em diferentes dispositivos do Estado, chegavam também às entidades de futebol, como clubes e federações (FONSECA, 2014).

Segundo Venilson Luciano Benigno Fonseca (2014), não havia contestação de outras partes do país de que o eixo Rio-São Paulo fosse o centro do futebol brasileiro. Na verdade, as disputas de qualquer tipo aconteciam entre cariocas e paulistas, que rivalizavam entre si e que se contestavam mutuamente.

O Brasil, pois, ou um início de representação de um ideal de Brasil, resumia-se nas características daquelas duas cidades. Logo, não é de se estranhar que as primeiras entidades criadas para gerir o futebol brasileiro tenham sido fundadas nestes lugares, como a Federação Brasileira de Futebol, em São Paulo, e a Federação Brasileira de Esportes, no Rio de Janeiro (FONSECA, 2014, p. 34).

Fonseca (2014, p. 42) ainda destaca que os “primórdios” do que seria chamado de futebol brasileiro surgiam no momento em que São Paulo e Rio de Janeiro emergiam como centros nacionais de poder. Portanto, ainda que houvesse a “prática do futebol em diversos pontos do território nacional, em momentos distintos e até mesmo anteriores à sua prática naquelas cidades, conservou-se a ideia de que o futebol brasileiro nasceu e se irradiou através deste centro”.

Isso posto, deve-se ressaltar como o futebol se tornou um espaço da hegemonia ao propagar a visão de que os times nacionais estão cristalizados e naturalizados no imaginário popular tendo a sua centralidade no eixo. É essa centralidade que beneficia alguns clubes dessa parte do país que começam a ter um maior poderio econômico. Associando ao poder econômico e favorecimento pela hegemonia cultural do Centro-Sul, os clubes puderam compor equipes com maior qualidade técnica, estrutura de treinamento, formação de base, entre outros fatores que corroboram na escolha deles por grande parte dos brasileiros.

Os fatores que definem o torcer são variados. De acordo com a pesquisa de Rodolfo Ribeiro (2017), entre os elementos mais relevantes estão conquista de títulos, exposição na mídia (seja por jogos televisionados ou por matérias em jornais etc.), ídolos revelados e número de jogadores convocados para a seleção naquele ano. Mas, embora o desempenho esportivo seja uma das principais causas, o estudo revelou que o aspecto preponderante nos últimos anos é a dinâmica familiar. No caso nordestino, a migração de ida e volta é também se tornou um quesito importante para o estímulo a torcer por times do eixo.

Outro fator que se apresenta como fundamental, principalmente, para o torcer nas regiões mais periféricas, é a mídia. A começar pela imprensa escrita, a mídia foi fundamental para propagar a seleção brasileira de futebol como símbolo nacional e alguns clubes de São Paulo e Rio de Janeiro. Os jornais de grande circulação saíam desses dois estados, e apesar de haver periódicos nas mais diversas capitais da República, os jornais paulistas e cariocas chegavam em outras localidades, o inverso, no entanto, não ocorria (FONSECA, 2014).

O rádio ainda foi mais efetivo para propagar a ideologia burguesa brasileira. “Em um país de analfabetos, a popularidade do rádio atingiu números absurdamente expressivos, transformando esse veículo de comunicação numa poderosa ferramenta de divulgação de ideias, de ideologias, de valores e transformação dos hábitos e da cultura” (FONSECA, 2014, p. 57).

Fonseca (2014) afirma que, assim como outras áreas (jornalismo, música etc.), o rádio também capturou o futebol para levar até os ouvintes os anúncios de empresas e transformá-los em consumidores. Passa a haver um crescimento das rádios, uma popularização do futebol e uma boa divulgação dos jogos. Entretanto, as rádios mais potentes, que conseguiam chegar a todo o território nacional, eram as rádios de São Paulo e Rio de Janeiro. Assim, os clubes desses estados começam a ficar famosos Brasil afora, principalmente nas regiões Norte e Nordeste.

A Rádio Nacional, localizada no Rio de Janeiro, foi uma das primeiras a atingir praticamente todo o território brasileiro e a conseguir índices de audiência na marca de 70%. A segunda colocada, a Rádio Tupi, de São Paulo, tinha cerca de 10%. Um dos fatores que corroboraram para esses feitos da Rádio Nacional foi o fato da emissora criar uma cadeia nacional de retransmissoras em cidades como Belo Horizonte, Recife, entre outras. Portanto, seus programas atingiam altos índices de audiência, entre eles, um esportivo chamado No Mundo da Bola (FONSECA, 2014).

Curiosamente, a rádio carioca “não investia maciçamente no futebol, optando por seus rentáveis programas de música e auditório, que preenchiam boa parte da programação diária” (FONSECA, 2014, p. 59). A emissora se limitava a transmitir jogos dos clubes cariocas. “Portanto, neste contexto, o habitante de um lugar qualquer, em alguma parte do território brasileiro, estaria muito mais próximo e muito mais conectado ao Rio de Janeiro do que, por exemplo, à capital do seu próprio estado” (Idem, p. 60).

Em São Paulo, o outro centro financeiro, o futebol passou a ter seus momentos nas rádios ainda na década de 1930 com os chamados “plantões esportivos” e depois passou a ter transmissões e programas dedicados ao esporte. “A rádio Panamericana inovou em diversos aspectos, muitos deles, utilizados até os dias de hoje pelas rádios atuais: repórteres colocados atrás dos gols, com microfones portáteis” (FONSECA, 2014, p. 62).

De acordo com Fonseca (2014, p. 63), até a década de 1950, as transmissões de futebol eram tão importantes e tinham bons índices de audiência ao ponto de uma parte considerável dos recursos financeiros para a propaganda ser destinado para que a rádio fosse capaz “de acompanhar as delegações dos times brasileiros em excursões pela Europa, algo impensável para a maioria dos jornais”.

Logo, não restam dúvidas de que o fortalecimento desse centro — feito apenas de duas cidades em um país como o Brasil — era também expandido pelo rádio, que levava, a todo o vasto território nacional, os clubes de futebol do Rio e São Paulo; e não poderia haver qualquer estranhamento — além da obviedade —, várias décadas depois, na compreensão dos porquês da presença de torcedores dos clubes de Rio e de São Paulo em todos os cantos do País. Ser moderno significava, nas margens do território, copiar os hábitos de consumo, a cultura, e, em nosso caso, torcer para um time de alta exposição, mesmo estando, o clube, fora e muito distante do lugar da ação torcer. Como parte inseparável da própria cultura brasileira, o futebol também foi transportado pelo jornal e pelo rádio para todo o território brasileiro (FONSECA, 2014, p. 65).

A popularização da televisão coroou Rio de Janeiro e São Paulo como centro do futebol. A história da televisão brasileira passa muito próximo da Rede Globo, que surgiu em 1965 e se beneficiou bastante do Regime Militar[1]. A emissora ajudou a difundir uma visão patriótica e de integração do país por meio da espetacularização de sua programação, contribuindo para a sustentação da ditadura (FONSECA, 2014).

Apesar da sofisticação apresentada pela televisão, havia algo que permanecia como nos tempos de ouro do rádio: o monopólio de emissoras nos dois estados mais ricos e a falta de programações próprias nas demais localidades do país.

Além de contar com o poderio financeiro, os clubes dessa região contam com o imaginário que permeia o senso comum sobre a Região Nordeste e sobre os nordestinos e que se dissemina para diferentes campos, inclusive, estimulando preconceitos sobre o futebol da região. As desigualdades são materiais, não só porque atingem o campo econômico, político e social, mas também porque permeiam o campo imagético-discursivo e simbólico refletido no que é concreto.

Ao observar essa dinâmica é que se percebe o surgimento de dois tipos de torcidas ou torcedores dentro da periferia da periferia: o primeiro grupo são daqueles que torcem para times de fora do estado/cidade de origem (geralmente do eixo Rio-São Paulo) ou mesmo que torcem para dois times, de fora e do mesmo estado/cidade. Atualmente, esses torcedores que tem bifiliação clubística são denominados vulgarmente de “mistos”. O segundo grupo, que são de torcedores de times de seu estado/cidade se autodenominam como “anti-mistos”.

Torcer como ato político de resistência

O fenômeno de se torcer por times “de fora” passou a ser comum na história do futebol brasileiro graças à difusão do rádio e da televisão. Entretanto, o que mudou nos últimos anos foi a resistência a esse fenômeno com o surgimento dos chamados torcedores “anti-mistos”.

Como explica Artur Vasconcelos (2011, p. 13), o torcedor misto é uma espécie de torcedor que “tem por hábito torcer por dois ou mais times: um de seu estado e outro(s) de região(ões) diferente(s)” e são descritos por outros torcedores autointitulados “anti-mistos” como “alienados, manipulados pela imprensa do Sudeste, pessoas que não valorizam os times locais”. Também são considerados mistos “pessoas que torcem por um único clube, sediado em outra região” (VASCONCELOS, 2011, p. 62).

O autor também define os torcedores “anti-mistos” como aqueles que afirmam pertencer a um movimento de valorização do futebol do Nordeste e dos times nordestinos, por isso torcem apenas para um time, o local, e rejeitam os times do Sudeste por acreditarem ser alvos de preconceito regional por aquela parte do país.

“Anti-mistos” apontam o preconceito de pessoas do Sudeste contra nordestinos como motivo para não se torcer por times daquela região. Mais uma vez o assunto chega a outros aspectos da vida social que não apenas o esportivo. Neste exemplo, salientam a questão do preconceito regional, do qual o Nordeste seria vítima por parte de pessoas de outras regiões. (VASCONCELOS, 2011, p. 70).

A denominação “torcedor misto” surgiu, em um primeiro momento, para definir um acontecimento comum no Nordeste: pessoas que torciam para mais de um time – o local e o de fora. Uma das razões justificadas seria a falta de calendário dessas equipes. Por exemplo, um time como o Botafogo da Paraíba jogava o campeonato estadual, que durava em média três ou quatro meses e, pelo resto do ano, ficava de férias. Enquanto isso, os times que faziam parte da elite do futebol brasileiro participavam de competições que duravam todo o ano. Esse episódio proporcionava ao torcedor a possibilidade de torcer pelos dois times. Por ser adepto de dois times, esses torcedores começaram a ser chamados de mistos. Com o tempo, o termo também passou a ser usado para quem torce apenas por um time que não era o de seu estado/cidade.

Fortaleza
Fortaleza E.C. X C.R. Flamengo, realizado na Arena Castelão em Fortaleza, pelo “Brasileirão 2019”, da Série A. Foto: Jarbas Oliveira/ALLSPORTS/Fotos Públicas

Esse debate entre torcedores “mistos” e “anti-mistos” ganhou projeção nacional em 2019 por causa de uma campanha do Fortaleza, equipe da capital cearense. A partida era contra o Flamengo, disputada na Arena Castelão, em Fortaleza, pela 26ª rodada do Campeonato Brasileiro da Série A. Então, no dia anterior ao jogo, a página oficial do Twitter da Copa do Nordeste, competição regional organizada pela CBF, publicou um vídeo no qual o sabor de pizza misto era coberto do cardápio e não seria servido para a partida contra o Flamengo, uma clara alusão aos torcedores mistos cearenses[2].

O vídeo gerou discussões em programas esportivos e diversas críticas. Uma das críticas foi feita por um dos principais jornalistas esportivos do país, Mauro Cezar Pereira, comentarista da ESPN, que acusou a “manifestação do Fortaleza contra torcedores mistos” como “preconceituosa”[3].

O episódio evidenciou as contradições que permeiam a chamada questão nordestina, que trata das relações é entre o Nordeste e o Centro-Sul. Enquanto uma região se tornou mais desenvolvida do que a outra, expandindo sua economia e a sua cultura, o que podemos chamar de hegemônica, a outra se tornou subalterna e subordinada, em uma espécie de colonialismo interno. É importante ressaltar que quando se está tratando do conceito de região não se está apenas delimitando geograficamente e se baseando num espaço característico, mas pensando “sob qualquer ângulo das diferenciações econômicas, sociais, políticas, culturais, antropológicas, geográficas, históricas” (OLIVEIRA, 1981, p. 27), fundamentando, principalmente, na especificidade da reprodução do capital nesta área.

Ao refletir sobre a questão nordestina, pode-se destacar o “torcedor misto” como um sujeito representante da dualidade entre a cultura hegemônica do Centro-Sul e a autonomia pelo reconhecimento da própria identidade nordestina. Além dele, o “torcedor anti-misto” surge como um representante da resistência à dominação e à autoafirmação enquanto grupo social subalterno. Entretanto, a resistência se mostra apenas no campo discursivo, uma vez que não se promoveu um debate significativo sobre quais questões são importantes para superar a subalternidade, assim como não há uma força organizada para tal feito. A resistência do torcedor anti-misto, como outras resistências de diferentes grupos de nordestinos, revela-se apenas como resistência, não como consciência de classe que visa a ser agente ativo de uma luta para a disputa da hegemonia.

Ainda assim, é fundamental compreender quem são os torcedores “mistos” e “anti-mistos”, qual a sua origem, a que realidade esses sujeitos pertencem, como se dão as relações sociais em que eles estão inseridos e as suas implicações. Principalmente, porque os preconceitos e os estigmas em relação a nordestinos e ao futebol da região não serão superados com brigas e disputas internas, mas com o melhor entendimento das contradições no Nordeste causadas pelos problemas políticos e socioeconômicos do Brasil gerados pela burguesia interna e que provocam as desigualdades regionais.

 

Notas

[1] O golpe civil-militar ocorreu em 1964 e durou até 1985, e a Rede Globo se estruturou com as benesses dos militares e ajudou a dar legitimidade ao regime. (CF. JAMBEIRO, Othon. A TV no Brasil do século XX. Salvador: 2002, EDUFBA)

[2] Fortaleza retira pizza mista de sua cantina antes de jogo com Fla. Acesso em: 1 mar. 2020.

[3] Manifestação do Fortaleza contra torcedores mistos é preconceituosa e não atrai simpatia de ninguém. Acesso em:1 mar. 2020.

 

Bibliografia

COUTINHO, Renato Soares. Um flamengo grande, um Brasil maior: o Clube de Regatas do Flamengo e o imaginário político nacionalista popular (1933-1955). Tese de doutorado, PPGH/UFF, 2013.

FONSECA, Venilson Luciano Benigno. Lugares e territórios na cultura do futebol brasileiro. Tese de doutorado, PPGG/UFMG, 2014.

JAMBEIRO, Othon. A TV no Brasil do século XX. Salvador: 2002, EDUFBA.

OLIVEIRA, Francisco de. Elegia para uma Re(li)gião. SUDENE, Nordeste. Planejamento e conflito de classes. 3ª ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1981.

RIBEIRO, Rodolfo. Desenvolvimento de recursos para o desempenho superior: uma análise sobre os fatores determinantes para o aumento de torcida em clube de futebol. Tese de doutorado, FEA/USP, 2017.

VASCONCELOS, Artur Alves de. Identidade futebolística: os torcedores “mistos” do Nordeste. Dissertação de mestrado, PPGS/UFC, 2011.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Ludopédio.
Seja um dos 14 apoiadores do Ludopédio e faça parte desse time! APOIAR AGORA

Hevilla Wanderley Fernandes

Formada em comunicação social - jornalismo e mestre em Ciência Política e Relações Internacionais, pela Universidade Federal da Paraíba. Compõe a Rede Nordestina de Estudos em Mídia e Esporte.

Como citar

FERNANDES, Hevilla Wanderley. “Misto e anti-misto”: um sintoma das desigualdades regionais no torcer do Nordeste. Ludopédio, São Paulo, v. 142, n. 41, 2021.
Leia também:
  • 150.22

    O Fortaleza não é o Nordeste na Libertadores

    Hevilla Wanderley Fernandes
  • 147.21

    A instrumentalização do futebol na Era Vargas e a centralização política no eixo Rio-São Paulo

    Hevilla Wanderley Fernandes
  • 136.33

    Um recado às esquerdas: é preciso parar de rebaixar o futebol e ocupar as arquibancadas

    Hevilla Wanderley Fernandes