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Mulher no Futebol – no campo e nas arquibancadas

Carolina Farias Moraes, Aira F. Bonfim 24 de fevereiro de 2017

Entrando em campo

Os anos de 2015 e 2016 ficaram marcados pelo avanço na luta e engajamento de pautas feministas no Brasil. Já em março de 2015 a então presidenta Dilma Rousseff sancionou a Lei do Feminicídio[1], que torna crime hediondo o assassinato de mulheres motivado pelo simples fato de serem mulheres. Ao longo desses dois anos, as principais capitais do país protagonizaram atos em defesa do direito das mulheres e contra retrocessos legais e fundamentalismos religiosos[2]. O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) utilizou a frase de Simone de Beauvoir, “Não se nasce mulher, torna-se mulher” em uma das questões de sua prova, endossando a necessidade e importância da discussão de gênero já na juventude. A internet contribuiu positivamente para a articulação de atos e campanhas estratégicas contra o silenciamento, misoginia e machismo nos últimos anos. As hashtags “meu amigo secreto“, “agora é que são elas”, “chega de fiu fiu” e “meu primeiro assédio” são exemplos de mobilizações que levaram milhares de mulheres a falar. Para muita gente, a mobilização feminina brasileira gerada nos últimos meses tem sido uma surpresa, mas para grupos que militam há algum tempo nas áreas de gênero, tais ações foram interpretadas como um escancaro das múltiplas violências cotidianas[3]. Comportamentos tidos como “normais”, foram traduzidos como crueldades e debatidos até a exaustão nos mais diversos cenários sociais e virtuais, incluindo as casas, salas de aula, trabalho, espaços institucionais e esportivos.

Permitir a percepção da mulher como sujeito da sua própria história, é necessariamente demandar rupturas nas mais variadas formas de apropriação geradas no corpo, tempo, trabalho e lazer das mulheres. Sob tal perspectiva os feminismos constituem campos de produção de conhecimento crítico e ampliação das liberdades humanas por encarnar uma luta objetiva e simbólica ao desnaturalizar a subalternidade feminina. É desse lugar que esse artigo pretende partir, de um corpo que joga bola e torce dentro dos estádios, rompendo com ideias essencialistas que ainda nos dias de hoje dificultam a livre adesão de meninas e mulheres ao universo do futebol, nos  âmbitos competitivo, escolar ou de lazer.

Em campo

“É nessa modalidade [o futebol] que as desigualdades de gênero se somam com mais força às desigualdades de classe e étnico-raciais”. (GREGORY, 2014, p. 13).

Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro
Brasil 5 x 1 Suécia – Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro
Foto: Ricardo Stuckert/CBF.

É nesse contexto, de debate e empoderamento, que o tema do futebol praticado por mulheres ganha combustível e visibilidade pouco observada nos últimos anos. A internet e o advento das redes sociais se transformaram em ferramentas de divulgação e escancaramento de um tema pormenorizado no ambiente esportivo e historicamente desconhecido no dito “país do futebol”. Na rebarba da Copa do Mundo FIFA realizada no país em 2014, a custo de muitas contradições, insatisfações e uma inesquecível derrota de 7×1 no Mineirão protagonizada pela seleção masculina alemã, os anos que se seguiram abriram o calendário não só para os debates de gênero, mas para uma programação esportiva internacional, de grande porte, protagonizada por mulheres. A sexta edição da Copa do Mundo FIFA de Futebol Feminino, no Canadá, e os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro em 2016, maiores campeonatos da modalidade feminina – dos quais a seleção brasileira participou de todas as edições – foram fontes de exposição das diferenças, comparações e dificuldades no tratamento que o futebol feminino, das bases às ex-atletas – e mulheres que se aproximam de tais práticas, do trabalho aos espaços do torcer – recebem em território nacional.    

Em 2016, com Jogos Olímpicos realizados em nosso país, foi observado  considerável aumento na divulgação da imagem das atletas em função dos avanços dos recursos de comunicação e das mídias de livre acesso. Porém, o terreno do futebol, culturalmente pertencente aos homens, foi por vezes palco da perpetuação de desconfianças e desvalorização das jogadoras mulheres. A derrota da nossa seleção feminina no jogo contra a equipe do Canadá, no dia 14 de agosto, bloqueou seu percurso rumo ao tão sonhado e inédito ouro olímpico. Mais do que isso, gerou a manutenção de um distanciamento simbólico, a despeito do acompanhamento massivo de uma torcida entusiasmada com os gols produzidos na fase inicial do campeonato e estimulada com a má atuação inicial da equipe masculina. “Por favor, não deixem de apoiar o futebol feminino!”, essa foi fala emocionada da jogadora brasileira, Marta Vieira – profissional eleita por cinco vezes consecutivas como a melhor jogadora do mundo pela FIFA, feito inédito entre homens e mulheres – proferida após a derrota em rede nacional.

“O Conselho Nacional de Desportos (…) decidiu pedir providências aos governadores dos Estados junto aos seus chefes de Polícia, no sentido de não permitirem, em hipóteses alguma, a realização de jogos de futebol feminino.”
(Folha de São Paulo. São Paulo, 04 de Fevereiro de 1965).

No Brasil é certa a proeminência das equipes masculinas na trajetória e popularização do futebol na década de 1930 e 1940, construindo, inclusive, uma ideia de ‘Brasil’ para o mundo afora. Mas tal afirmação não significa que as mulheres não tenham um lugar na história desse esporte, ou melhor, as mulheres tiveram a história delas, que correu à margem da “grande” história do futebol. Preconceitos das mais variadas ordens (morais, biológica, religiosa, política, dentre outras) restringiram a participação das mulheres nos espaços de atuação do futebol e reiteraram por décadas a naturalização de que o ‘futebol não era coisa para elas’. O Decreto-Lei[4] promulgado por Getúlio Vargas em 1941, oficializou a interdição da prática ao justificar tal medida na preservação do corpo feminino, portador de uma “natureza frágil”. Em 1965, o Conselho Nacional do Desporto (CND) regulamentou o decreto de 1941 e explicitou a proibição do futebol, do futsal e de outros esportes às mulheres. O decreto de proibição no país vigorou até 1979 e foi regulamentado apenas em 1983, permitindo só nessa ocasião a participação do selecionado brasileiro em ligas e campeonatos internacionais. Nesse contexto, surgiram da ilegalidade alguns clubes e pequenos campeonatos nacionais e somente em 1991, se realizou a primeira M&M’s Cup, que depois do sucesso do torneio, foi retroativamente renomeado pela FIFA para a “Copa do Mundo de Futebol Feminino”.

Nas arquibancadas

“A pretensão é outra, e talvez bem mais modesta, sugerindo que se deva olhar mais para as arquibancadas – ou para as poltronas de casa, mesas de bar, enfim, para onde está o público – e menos para dentro de campo”. (DAMO, 2014)

Torcedoras juventinas
Torcedoras juventinas. Foto: Fábio Soares/Futebol de Campo.

O futebol continua uma área reservada masculina (MOURA, 2005), nas arquibancadas, no entanto o número de mulheres frequentadoras dos estádios e das torcidas é visivelmente crescente. Essa presença provoca-nos a refletir quais são as tensões e negociações que são estabelecidas por elas para frequentarem notadamente um espaço de exaltação da virilidade masculina.

Para bem compreender o futebol, não basta vê-lo como fenômeno social, é necessário igualmente observá-lo enquanto fenômeno cultural (JUNIOR, 2014). Ao pensar o futebol como algo completo, uma identidade cultural de forma ampla e parte da formação cultural e social do brasileiro/a no século XX, caberia a nós perguntamos sobre a “pouca participação das mulheres”. Ocorre que as problemáticas deste espaço são semelhantes àquelas enfrentadas pelas mulheres no cotidiano social.

As conquistas das lutas históricas feministas são inegáveis, e as relações estabelecidas no mundo do futebol também constituem esse processo, ou seja, esse progresso. Contudo avanços e retrocessos se misturam. Se nos anos 30 a mulher conquista o sufrágio no Brasil, na década posterior é interditada da prática esportiva – afinal de contas jogar bola era “perigoso” para seus frágeis corpos. A mulher cabia o espaço doméstico, da dona de casa obediente, delicada e dócil. Tais adjetivos também constroem a imagem da mulher que se relaciona a prática do esporte nesse período.

Enquanto o futebol se popularizava, às mulheres das famílias ricas do Rio de Janeiro era incentivado a ida à arquibancada em troca de bons arranjos matrimoniais. Nos trajes elegantes da época, as moças carregavam seus lencinhos e torciam-os durante as partidas. Ali, segundo os relatos da documentação fluminense, nascia a primeira contribuição feminina ao futebol: a palavra torcedor (MALAIA, 2012).

Este ser-que-torce (COSTA, 2003) enquanto um ser “mulher” vem se apresentando cada vez mais comum nos estádios de futebol e seus arredores. O que parece intrínseco a esse contexto é que independentemente do papel que ela eleja desempenhar no estádio de futebol, ela se torna alvo de estereótipos (BHABHA, 2013), ou seja, se faz necessário agregar a ela outra função para além de sua paixão pelo time, aproximando-a ora a uma alteridade sexualizada, a “maria-chuteira”, ora ao ideário de masculinidade, a “mulher-macho” (STAHLBERG, 2009). É notório que ambas desinências compõem um espectro que a afasta deste “ser-que-torce” e a aproxima da sua existência em função de, e/ou alinhada ao universo do masculino.

É diante dessas contradições que as mulheres cada vez mais vem ocupando espaços de sociabilidades antes dominados apenas por homens. Espaços esses que fazem do dia a dia do futebol algo ainda mais tangível, as rodas de conversas nos bares nas quartas à noite, os churrascos de domingo e, porque não, as quadras das torcidas organizadas que produzem um efeito indispensável para muitos/as torcedores/as antes e depois dos jogos.

“(…) é deste futebol que se trata aqui. Aquele concebido e vivenciado pelos torcedores especialmente pelas torcidas organizadas. Fenômeno que se manifesta pela paixão coletiva por times e clubes mas que se desdobra e se transforma em paixões pelas próprias torcidas organizadas, seus símbolos, suas práticas, a sociabilidade que promovem e que organizam em torno do futebol profissional”. (TOLEDO, 1996 p. 12.)

O cenário atual das torcidas, especialmente as organizadas, é interessante pelo seu engajamento direto em questões eminentemente políticas. Destacamos os recentes protestos realizados por diversas torcidas, coletivos e/ou torcidas organizadas: a mobilização da Gaviões da Fiel[5] referente ao desvio da merenda no Estado de São Paulo no governo de Geraldo Alckmin, exibindo faixas com os dizeres “Quem vai puder o ladrão da merenda?”; já a torcida do Internacional de Porto Alegre, exibiu em um jogo contra o Juventude uma faixa com os dizeres: “Temer Jamais” e “Golpe” com o símbolo da Rede Globo no “O”. Assim, ocorreu em diversos estádios do Brasil, passando por Minas Gerais na torcida do Clube Atlético Mineiro e no nordeste com a torcida do Santa Cruz, apenas para citar alguns casos.

Como destacado anteriormente, este movimento de avanços e retrocessos parecem estar sempre à sombra do futebol. O grito “ÔÔÔooo Bicha!” assim que o goleiro cobra o tiro de meta nos permite ratificar que “maior que o temor da masculinização das mulheres, entretanto, seria a feminilização do masculino” (STAHLBERG, 2009). Em 2016, coletivos protagonizados por mulheres, a exemplo do Movimento Toda Poderosa do Corinthians, Palmeiras Livre, Galo Queer, QUEERlorado e Palmeiras Antifascista, buscaram rechear a pauta dos assuntos inerentes ao futebol através da luta contra a homofobia e a misoginia nesse esporte, defendendo o direito de mulheres e de pessoas da comunidade LGBT ocuparem cada vez mais o espaço físico das arquibancadas, partindo do espaço virtual das redes sociais para a construção de tais debates.

Eric Dunning (2007) chamou a atenção o futebol como “o último reduto masculino”, ou seja, não só estamos disputando espaços enquanto mulheres torcedoras, mas talvez exercitando, mesmo que de forma não intencional, um ato de resistência – um ato político. Isso não deve imediatamente ser transformado em uma cobrança de que essa mulher necessariamente precise se dispor a responder a algo – se o fizer será ótimo – apenas que continue indo aos estádios e torcendo muito pelo seu time de coração, que é seu direito. 

Em todos os campos

“a inserção feminina do futebol pode ser vista como uma atitude transgressora porque as mulheres fizeram valer suas aspirações, desejos e necessidades, enfrentando um universo caracterizado como próprio do homem” (GOELLNER, 2006).

Futebol Feminino no Museu do Futebol
Exposição sobre Futebol Feminino no Museu do Futebol. Foto: Gilberto Marques/ A2IMG.

É importante apresentar as inquietações e as feridas que tais exemplos representam para todas essas mulheres dentro de fora de campo. No entanto, apresentar uma conclusão por esse caminho seria desviar completamente de ressaltar os avanços e enfatizar as conquistas. Não porque acreditamos que está tudo caminhando como deveria, mas sim, porque caminhos estão sendo pensados, construídos e coletivamente experimentados.

É no âmbito dos apagamentos históricos que iniciativas como as do Museu do Futebol[6], através do projeto intitulado Visibilidade Para O Futebol Feminino[7], refizeram seus discursos curatoriais e produziram reparações dos conteúdos expostos, legitimando a representatividade esportiva dessas mulheres ao longo do século XX e XXI. Tais medidas realizadas em parceria com as próprias atletas e por meio de pesquisadores/as da área de gênero e esportes, realçaram o compromisso dessa instituição museal com a preservação e divulgação das memórias representantes de grupos minoritários dentro do status quo do futebol moderno. Desde maio de 2015, a exposição de longa duração dessa instituição tem contemplada em seu discurso, as ainda raras referências sobre a participação das mulheres na história do futebol brasileiro. O Visibilidade não se restringe ao espaço expositivo do Museu ou às ações de catalogação e pesquisa sobre o assunto; ele objetiva a sensibilização do público principalmente por meio da ação dos educadores/as do Museu do Futebol durante a mediação das visitas agendadas e na programação cultural produzida desde então.

 Outro resultado de impacto diz respeito ao acervo produzido: foram mais de 5.600 itens digitalizados e incluídos no acervo do Museu do Futebol, provenientes de 41 coleções pessoais (ex-jogadoras, jornalistas de campo, árbitras e pesquisadoras). Tal volume colocou o museu, em apenas um ano de trabalho, como a instituição museológica com o maior acervo sobre o tema no Brasil. O material também foi compartilhado com o Centro de Memória do Esporte da Escola de Educação Física da UFRGS[8], sob a coordenação da professora e pesquisadora de gênero e esporte, Silvana Goellner. As possibilidades se encontram abertas para mais pesquisas e produção de novas exposições.

Na esfera da prática esportiva, destaque para coletivos como o Guerreiras Project e o Futebol de Rua como prática sociopedagógica, jogado e ensinado nos mais improvisados espaços de lazer da cidade. No primeiro exemplo, através da iniciativa de ex-jogadoras profissionais, pesquisadores/as e militantes feministas, o futebol é utilizado como ferramenta de promoção de justiça de gênero para criar formas mais equitativas e sustentáveis de se estar no mundo. Nas oficinas, atuam em comunidades, compartilham suas histórias, e aproveitam de tais oportunidades para discutir preconceitos existentes no futebol feminino, do gênero à raça.

O Fútbol Callejero, ou Futebol de Rua, chegou nas periferias de São Paulo em 2013 através da organização Ação Educativa em parceria com a FuDe[9], e, apoio e mediação da TDH[10], dando início a um processo de implementação da metodologia, junto a movimentos e organizações sociais que atuam na garantia dos direitos humanos.  Com times mistos, as partidas são divididas em três tempos: no primeiro momento os jogadores/as definem as regras das partidas, com apoio de um/a mediador/a; no segundo tempo, o jogo é jogado, o gol não é o único objetivo da partida, as equipes precisam ser solidárias, cooperativas e ter respeito entre si. Por fim, no terceiro tempo, os times se sentam – com os/as mediadores/as – para discutir como a partida ocorreu, se as regras foram observadas e se os/as jogadores/as se respeitaram. Só então define-se quem é o time vencedor.

Ao longo de dois anos, duas conquistas podem ser destacadas: a realização do Mundial de Futebol de Rua em São Paulo – evento simultâneo e realizado em contraposição a Copa do Mundo FIFA 2014, com a presença de 300 jovens oriundos de 20 países; e a participação da delegação brasileira na Copa América de Futebol de Rua realizada em Buenos Aires – Argentina, em 2015, onde a mesma sagrou-se campeã. Atualmente esse projeto se organiza por meio da Rede Paulista de Futebol de Rua[11].

A Rede Brasileira de Futebol e Cultura[12] surge da proposta de articulação de práticas de futebol colaborativas e solidárias por todo o país. Entre os anos de 2014 e 2016 a Rede realizou o mapeamento de tais práticas e dois encontros. No último, os debates dedicaram-se a temática do futebol feminino e a participação de mulheres nos espaços de futebol: um reconhecimento da importância do tema e da necessidade de refletirmos sobre ele. A RBFC é articulada sobre o tripé: a) futebol como elemento das culturas brasileiras; b) futebol como crítica social e luta política; c) práticas alternativas de futebol como ação de transformação social. Fugindo dos debates tradicionais, e aberta a novas formas de pensar o futebol[13], a RBFC aparece como espaço diferenciado no cenário atual.

Desde o início dessa prática do futebol existe um abismo entre as oportunidades apresentadas às mulheres e aos homens no desenvolvimento de características no que diz respeito a ter ou não “conhecimento e propriedade” para torcer, jogar ou entender sobre esse esporte. O reconhecimento das desigualdades de tratamento histórico, social e espacial, através do esporte, e mais do que isso, a partir de um patrimônio nacional simbólico – e em disputa – é ponto de partida para a identificação das liberdades que nos são privadas. 

O alcance da luta travada pelas mulheres que ocupam os espaços de futebol não se resume às reivindicações de uma categoria, tampouco aos seus resultados imediatos. É uma batalha por equidade, nas esferas públicas, particulares e domésticas. O desafio, proposto a partir das diferentes experiências institucionais e práticas, além dos estudos e pesquisas sinalizadas neste presente ensaio, é o de compreender e reduzir as reproduções de desigualdades de gênero no contexto do futebol. A democracia requer relações igualitárias em todas as esferas da vida.


Referências bibliográficas

BHABHA, Homi. (1998). O Local da Cultura. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2003.

COSTA, Leda Maria da. “O que é uma torcedora? Notas sobre a representação e auto representação do público feminino do futebol”. Esporte e Sociedade. v. 2, n.4, nov/2006-fev/2007.

DAMO, Arlei Sander. O Espetáculo das Identidades e Alteridades. In: ALFONSI, Daniela; CAMPOS, Flávio de (Org.). Futebol objeto das ciências humanas. São Paulo: Leya, 2014.

FRANCO JÚNIOR, Hilário. A dança dos deuses: futebol, sociedade, cultura. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.

GREGORY, Beatriz Helena Matté. Esporte e lazer: direitos de meninas e mulheres de todas as idades. In.: BRASIL. Presidência da República. Secretaria de Políticas para as Mulheres. Revista do Observatório Brasil da Igualdade de Gênero. Edição especial. 1ª Impressão. Brasília: Secretaria de Políticas para as Mulheres, 2014. 80p.

GOELLNER, Silvana Vilodre. Na “Pátria das chuteiras” as mulheres não têm vez. In: SEMINÁRIO INTERNACIONAL FAZENDO GÊNERO 7. Florianópolis, UFSC, 2006, p. 02.

_____. Mulheres e futebol no Brasil: entre sombras e visibilidades. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte. São Paulo, v.19, n.2, p.143-151, 2005.

MALAIA, João M.C. Torcer, torcedores, torcedoras, torcida (bras.): 1910-1950. In: HOLLANDA, Bernardo Buarque de. et al. A torcida brasileira. Rio de Janeiro: 7Letras, 2012.

MIGUEL, Luiz Felipe; BIROLLI, Flávia. Feminismo e política:  uma introdução. São Paulo: Boitempo, 2014.

MOURA, E. L. O futebol como área reservada masculina. In: DAOLIO, J. (Org.). Futebol, cultura e sociedade. Campinas, SP: Autores Associados, 2005. p. 131147.

SILVA, Giovana Capucim e. Narrativas sobre o futebol feminino na imprensa paulista: entre a proibição e a regulamentação (1941-1983). 2015. f. Dissertação (História) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas / Universidade de São Paulo, São Paulo, 2015.

STAHLBERG, L.T. Jogando em Vários Campos: Torcedoras, Futebol e Gênero. In: COSTA, Carlos Eduardo; TOLEDO, Luiz Henrique(Orgs.). Visão de jogo: antropologia das práticas esportivas. São Paulo: Editora Terceiro Nome, 2009.

TOLEDO, Luiz Henrique. Torcidas Organizadas de Futebol. Campinas, SP: Editora Autores Associados/Anpocs, 1996. (Coleção educação física e esportes).


Sites de Referência:

Museu do Futebol

Hemeroteca da Fundação Biblioteca Nacional

Portal Acadêmico sobre futebol – Ludopédio

Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad)

Ação Educativa, Assessoria, Pesquisa e Informação

Mundial de Futebol de Rua

Rede Paulista de Futebol de Rua

Rede Brasileira de Futebol e Cultura


[1] Lei 13.104/15

[2] Exemplo para a proposta do Estatuto do Nascituro, que passa a criminalizar o aborto nos casos já legalizados no Brasil e o PL 5069, que dificulta o acesso ao aborto legal.

[3] Para maiores informações acessar: http://www.mapadaviolencia.org.br/

[4] Decreto-Lei N. 3.199 – 14 de Abril de 1941.

[5] Torcida organizada do Sport Club Corinthians Paulista.

[6] O Museu do Futebol é um equipamento público da Secretaria de Estado da Cultura inaugurado em 2008 no Estádio do Pacaembu em São Paulo e gerido pela Organização Social IDBrasil.

[7] Para conhecer mais acesse: https://artsandculture.google.com/exhibit/visibilidade-para-o-futebol-feminino-museu-do-futebol/AwKyL29yfLwzIQ?hl=pt-BR

[8] Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

[9] Fundación Fútbol para el Desarrollo.

[10] Terre des Hommes.

[11]A RPFR nasceu em 2015 com o objetivo de difundir a metodologia do futebol de rua, criado em 1990 na Argentina. Atualmente diversas organizações e movimentos sociais integram essa articulação.

[12] A RBFC surge em 2015 com o objetivo de articular e unificar diferentes práticas de futebol colaborativo e solidário no país. 

[13] No II Encontro de Futebol e Cultura realizado em 2015 foi lançado o Guia de Experiências 2015, material que reúne diversas práticas de futebol colaborativas e solidárias espalhadas pelo país.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Ludopédio.
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Carolina Moraes

Mestre pelo Programa Multidisciplinar de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade da UFBA. Especialista em Sócio psicologia e bacharel e licenciada em Ciências Sociais. Foi coordenadora das Redes Brasileira de Futebol e Cultura e da Rede de Futebol de Rua pela organização Ação Educativa. Realiza pesquisas e publicações com as temáticas: futebol, cultura, gênero e torcidas organizadas. Atua em iniciativas de formação, mobilização e produção. Tem como principais áreas de interesse: futebol, cultura, educação e gênero.

Aira F. Bonfim

Mestre em História pela FGV com pesquisas dedicadas à história social do futebol praticado pelas brasileiras da introdução à proibição (1915-1941). É produtora, artista-educadora e por 7 anos esteve como técnica pesquisadora do Museu do Futebol. O futebol de várzea, os  debate sobre patrimônios e mais recentemente o boxe e o circo, são alguns temas em constante flerte... 

Como citar

MORAES, Carolina Farias; BONFIM, Aira F.. Mulher no Futebol – no campo e nas arquibancadas. Ludopédio, São Paulo, v. 92, n. 21, 2017.
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