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O jejum: considerações sobre o Palmeiras de 1976 a 1990

Tiago Zancopé 21 de maio de 2021

Por ter nascido em 1987, penso que as minhas primeiras memórias futebolísticas são da década de 90, sobretudo, a partir dos anos de 1993 e 1994, num fluxo ambíguo de lembranças desde a sofrível classificação da Seleção Brasileira para a Copa do Mundo dos Estados Unidos e de feitos protagonizados pelo Palmeiras durante as conquistas do Campeonato Paulista de 1993 e 1994 e de seus respectivos Campeonatos Brasileiros destes mesmos anos. 

Com o passar do tempo, passei a me perguntar acerca do que teria ocorrido com o clube, os jogadores, comissões técnicas e os torcedores durante o intervalo marcado pela ausência de títulos. O que teria sido do Palmeiras, de seu corpo técnico e elenco e dos palmeirenses nesse contexto? Se, num primeiro momento, as memórias a propósito dos feitos da segunda academia permaneciam latentes, com a dilatação desta distância, tais recordações pareciam cada vez mais efêmeras e de difícil rearticulação no presente.

Dessa maneira se a derrota na decisão do Campeonato Paulista de 1986 é um fenômeno cuja articulação de sentido parece ser inexplicável para muitos torcedores, pois a trajetória da equipe no torneio até aquele momento estava direcionada para a obtenção de mais um título e, portanto, ao fim de um jejum de dez anos, a sua perda para a Inter de Limeira representava uma crise na elaboração de uma explicação capaz de dar conta de raciocinar a respeito do porque isto teria ocorrido daquele jeito. Ato contínuo, a ação de determinados torcedores de invadirem e quebrarem a sala de troféus do clube em 1990 representava uma ação violenta contra a instituição tanto no presente como no passado.

Era como se ninguém mais se entendesse: clube, jogadores, treinadores e torcedores. E, tampouco, houvesse a superação desse estado de letargia na qual se encontravam. Sem saber quem eu sou, ou o que somos, quais seriam as ações capazes de me ou nos fazer superar essa condição? Neste caso específico, a rearticulação dos elementos contidos numa identidade coletiva conhecida e compartilhada como Palmeiras foi reorganizada com a ajuda de uma participação externa, no caso, a Parmalat.

Por mais que seja importante esmiuçar a produção de sentido sobre o ser e estar do Palmeiras durante a Era Parmalat e suas conexões com as academias, tal desdobramento será reservado para um segundo momento. Com isso, a atenção será em direcionada aos fenômenos envolvidos na desarticulação da ideia do que significaria o Palmeiras durante a ausência da conquista de título iniciada ainda na segunda metade da década de 1970.  

A final do Campeonato Paulista de 1976 foi disputada no dia 18 de agosto e opôs a Sociedade Esportiva Palmeiras e o XV de Piracicaba, sendo que a equipe alviverde, por ter feito a melhor campanha do segundo turno, decidiu a finalíssima em casa, no estádio Parque Antártica, contando com o apoio de mais de 40 mil e 283 pagantes (BETING, 2014). Talvez, alguns torcedores palestrinos já esboçassem um olhar de desconfiança por causa do time que mesclava remanescentes da segunda academia tais como: Leão, goleiro; Ademir da Guia, na meia; os pontas Edu e Nei; ao lado de reforços como os zagueiros, Arouca e Samuel; Valdir na lateral direita; Ricardo na esquerda; o atacante Toninho e o meia Jorge Mendonça.

Entretanto, dois anos após a aposentadoria do maior expoente do futebol palmeirense, a equipe voltaria a disputar uma final, desta vez contra o Guarani, pela decisão do Campeonato Brasileiro de 1978. Ainda que a equipe de Campinas tenha vencido as duas partidas da final pelo placar de 1 a 0, o vice-campeonato permite problematizar a manutenção de distintos aspectos norteadores das academias. Neste caso, observou-se a ligação do jogo feita por dois meio campistas habilidosos, Jorge Mendonça e Jorginho Putinatti e um ponta, Pedrinho Vicençote; contudo, dessa vez, não havia a presença de um atacante do calibre de César Maluco[1] ou Ronaldo[2], assim sendo, o auxílio prestado pelos meias armadores aos atacantes era fundamental para a obtenção do gol.

Com a contratação de Telê Santana para o cargo de treinador os aspectos ofensivos da equipe foram hipertrofiados, ao passo que o combinado melhorava seu poder de compactação quando perdia a bola, diminuindo os espaços do time adversário. Se a imprensa carioca apontava o tricampeão carioca Flamengo[3] como favorito no jogo contra o Palmeiras, destacando até mesmo o fato das passagens aéreas para Porto Alegre já estarem compradas uma vez que o rubro-negro pensava no jogo contra o Internacional, o resultado de 4 a 1 que favoreceu o time paulista serviu para a reanimação das características presentes tanto no futebol exibido no ano anterior como durante a segunda academia[4]. Todavia, a eliminação nas semifinais para o time colorado, que se sagraria campeão brasileiro de 1979, causava amargor entre os torcedores pelo terceiro ano sem títulos (CHRISTIANINI, 2014) (BETING, 2014).

Analisando o desempenho do Palmeiras na década de 1980, Jota Christianini no livro Bíblia do Palmeirense afirmou que nem tudo foi tragédia. Lamentavelmente, tal assertiva está distante da realidade da SEP nesses primeiros anos que foram marcados pela saída do treinador Telê Santana, convidado pelo presidente da CBF, Giulite Coutinho, para assumir a Seleção Brasileira, além das transferências de Jorge Mendonça e Pedrinho Vicençote ambos vendidos para o Vasco da Gama. Em linhas gerais, o panorama da agremiação naquele período foi descrito por Mauro Beting da seguinte forma:

O elenco foi reformulado. Não necessariamente para melhor. Mesmo assim, ainda em 1981, comandando por Dudu, conseguiu o acesso para a Taça de Ouro, a primeira divisão nacional, depois de grande vitória sobre o Guarani (futuro campeão da Taça de Prata). Mas não passou da fase seguinte da competição disputada no mesmo ano. Uma goleada para o Internacional, em Porto Alegre[5], desencadeou uma série de fracassos em outros campeonatos. No Campeonato Paulista de 1981, a mesma má história. Campanha ruim e troca de treinadores. Fedato assumiu o time em maio. Jorge Vieira voltou ao comando em junho. Novamente o clube não conseguiu um lugar entre os classificados para a Taça de Ouro da temporada seguinte. O Palmeiras teve de disputar a Taça de Prata de 1982, quando foi eliminado logo na primeira fase. No Torneio João Havelange, antes da Copa, mais uma campanha discreta (BETING, 2014, p. 103).

As recorrentes demissões e contratações de treinadores, a venda de profissionais decisivos e sua substituição por jogadores cuja técnica e habilidade eram questionáveis impossibilitavam a formação de um esquema tático coeso. Desta forma a equipe do Parque Antártica não apenas se distanciava no campo de futebol dos combinados que marcaram a segunda academia, senão demonstrava uma mudança de paradigma em que os dirigentes não conseguiam mimetizar com o mesmo êxito as práticas vitoriosas de outrora. No limite, o questionamento pela falta de títulos também não corresponderia a uma ruptura na maneira de projetar e construir as escretes em torno de distintos jogadores? Ao invés de acreditar que o atleta contratado carregaria exatamente o mesmo futebol praticado no clube de origem?

Nesse sentido, o combinado palmeirense de 1986 comandado por Carbone e formado pelos atletas: Amarildo, Martorelli, Márcio, Diogo, Lino e Denys, Toninho, Gérson Caçapa, Mirandinha, Edmar, Éder Aleixo e Jorginho apresentava-se como capaz de assegurar a conquista de um título e, assim, encerrar o indigesto jejum de 10 anos. A disputa da semifinal colocou em lados opostos Palmeiras e Corinthians, sendo que no primeiro jogo o combinado alviverde mesmo demonstrando superioridade em campo e, inclusive, tendo um gol em posição legal mal anulado por impedimento acabou sendo superado pelo rival da zona leste, pelo placar de 1 a 0 no Estádio do Morumbi. Assim sendo, no jogo de volta, a SEP precisava igualar o placar e, em seguida, superar o rival na prorrogação. Se o resultado no tempo normal só saiu aos 42 do segundo tempo com um gol de canela de Mirandinha, depois de um bate e rebate na pequena área. Isto forçou a ida da decisão para a prorrogação. E o seu desfecho começou com os gritos de “Justiça! Justiça! Justiça”[6] da torcida palmeirense e, logo depois, aos 4 e aos 12 minutos com gols de Mirandinha e Éder o time voltava a disputar uma final, feito que não acontecia desde a decisão do campeonato brasileiro de 1978 (BETING, 2014).

O entusiasmo pela conquista do resultado era tamanho que em depoimento dado para o documentário 12 de junho de 1993 (2014, transcrição nossa), o jornalista Paulo Vinicius Coelho rememorou que, “eu sai do Morumbi campeão paulista”, raciocínio que foi acompanhado de por Paulo Nobre – ex-mandatário do Clube – “título certo, dois jogos no Morumbi, ou seja, demorou mas chegou o nosso dia”, finalmente, o músico Wilson Simoninha explicou: “era uma coisa assim não havia a possibilidade do Palmeiras perder aquele jogo. Era zero a possibilidade”.

No decorrer do primeiro jogo a Inter de Limeira se posicionava de maneira inteligente travando o meio campo e impossibilitando a articulação das jogadas através dos meias e pontas alviverdes; assim, ao final da partida, o resultado de 0 a 0 não ajudava a ninguém. Todavia enquanto uma equipe era do interior do estado; a outra era da capital; e mesmo com ambas fazendo boas campanhas; uma não era considerada favorita para a conquista do título; à medida que a outra passou a carregar o peso da obrigação de vencer o próximo jogo.

Segundo PVC, a percepção de que o Palmeiras não seria campeão aconteceu quando o atacante da Inter de Limeira, Kita, marcou o primeiro gol, e, mais adiante, após a falha do lateral Denys no recuo de bola para o goleiro Martorelli, deixando a redonda no meio do caminho o que permitiu a chegada do atacante Tato da equipe adversária que se adiantou e marcou o segundo gol. A equipe do Parque Antártica só conseguiu descontar aos 29 da segunda etapa com o gol de Amarildo, esforço que não impedia o título de ir para o interior. Recordando os momentos posteriores ao jogo, Paulo Nobre sentia-se atônito: “eu não estava entendendo. Tipo assim, espera um pouquinho, o combinado era o Palmeiras ser campeão. Na minha cabeça não tinha outra história. Foi sem dúvida nenhuma o dia mais triste da minha vida” (12 de junho de 1993, 2014, transcrição nossa).

Ao analisar o modo como a segunda academia jogava em comparação com a equipe de 1986 a pergunta que permanece é: Por que uma conseguiu levar o título paulista e brasileiro, mas a outra não? Mesmo havendo afinidades entre o estilo de jogo de ambas quais motivos foram decisivos para o sucesso de uma em detrimento do fracasso da outra? Afirmar que ambas são questões sem respostas seria igualmente vago, e, assim, não melhoraríamos nossa compreensão do passado. Deste modo, devemos considerar o futebol para além do seu viés, “cartesiano”, isto é, algo que obedece a conceituações rígidas cujas lógicas são passíveis de descrição e controle; sabemos que ele é fenômeno vago e, portanto, que ele é aberto a contradições oriundas das dúvidas e certezas que se alteram conforme a observação do objeto.

Palmeiras 1986

De fato, é exatamente o que nós chamamos no início de fenômenos vagos que só dominamos fabricando conceitos, eles mesmos vagos, de contornos indecisos e definições imprecisas e abertas, mas é a necessidade que deve ser enfatizada: nós não pensamos de acordo com a razão, a razão é a polícia do espírito, mas isto não quer dizer que pensamos sem lei. É este estado do espírito que faz parte do mecanismo mesmo do conhecimento do qual possuímos inumeráveis testemunhos, em particular aqueles dos matemáticos (‘encontra-se primeiro e demonstra-se depois’), não é abusivo chamar de infralógicas estas ligações sequenciais que vão de uma paisagem mental a outra paisagem, raramente situada dentro de vastas perspectivas, mas, muito mais frequentemente, dentro dos corredores obscuros do espírito (MOLES, 1990, p. 41).

Por isso, a importância em reconhecê-la não como uma prova cabal, mas numa perspectiva em torno desse fenômeno cuja delimitação pode ser feita sobre outras bases, de que os jogadores em torno do time de 1986, mesmo sendo considerados habilidoso se compreendiam desde um aspecto técnico, tático em patamar abaixo daqueles que participaram da segunda academia e, dessa maneira, negavam essa tradição objetivando o desenvolvimento de uma prática esportiva distinta. No limite, a tensão do eu com o outro juntamente com a tradição conturbou, ainda mais as chances de ser campeão: ou seja, o Palmeiras em crise de identidade afastava-se de sua história e das conquistas.

Assim sendo, o período entre os anos de 1987 e 1991 igualmente acompanharam a sina de bons elencos que não conseguiam produzir os resultados esperados e, com isso, vencer campeonatos. Não obstante, duas situações se destacaram nesse contexto de crise de identidade juntamente com a perda de referencial histórico, a primeira foi a eliminação da equipe no campeonato paulista de 1989 em que:

Ainda nesse mesmo Paulistão o Palmeiras realizou uma proeza digna de marca. Disputou 25 jogos, perdeu apenas um, justamente para o Bragantino, por 3 x 0, o que impediu que chegasse às semifinais. E as finais do campeonato foram disputadas por um time que havia perdido cinco vezes contra outro que havia perdido sete… (CHRISTIANINI, 2014, p. 96).

E, no ano seguinte, após empatar por 0 a 0 contra a Ferroviária pelo Campeonato Paulista, tirando novamente a equipe da disputa de uma final de campeonato, diversos membros de uma das torcidas organizadas invadiram a sala de troféus do clube e a depredaram. Paulo Vinicius Coelho descreveu esse episódio do seguinte modo:

No dia seguinte, aí, sim, eu estava inconformado, eu não estava inconformado com a derrota, com o empate contra a Ferroviária que tirou a chance do título, eu estava inconformado de você ter um grupo de pessoas que destruíam o que nos restava. O que restava para o palmeirense naquele dia: a glória, o passado expressa na sala de troféus. Aí você vai e quebra a sala de troféus inteira… Aquilo me deu uma ânsia (12 de junho de 1993, 2014, transcrição nossa)

Ainda assim, convém destacar a reflexão feita por Mauro Beting acerca desse episódio irracional:

Horas depois, no Palestra Itália, a sala de troféus foi invadida por alguns torcedores que quebraram o que de mais importante tinha o Palmeiras, então sofrendo com o maior jejum de sua história. Além de não ganhar mais em campo, o Palmeiras se perdia fora quebrando a própria glória (BETING, 2014, p. 106).  

Os dois pontos de vista convergem para uma mesma direção, a saber, o vandalismo contra essas peças representava de modo violento a desconexão entre o torcedor, o time e a instituição. Afinal de contas, cabe a este artefato simbolizar o mérito de uma diretoria na montagem de um elenco, o desempenho alcançado pelos jogadores ao longo de uma determinada competição, na qual a torcida compareceu a fim de apoiar, incentivar e comemorar a sua obtenção.  

Entretanto, como esse fenômeno não se reproduzia, seja porque a diretoria não conseguia contratar as peças ideais objetivando a montagem de equipes aptas a se projetarem diante dos rivais na obtenção de títulos, ou porque esses jogadores adquiridos rechaçavam quaisquer comparações com o período das Academias, pois sabiam que não poderiam mimetizar o seu estilo e o seu nível técnico. Os torcedores, por sua vez, partiram para uma ação violenta a fim de se expressarem contra aquilo que se sucedia.   

Ao lado desse triplo desencontro, imagina-se, cada um à sua maneira, a produção de questionamentos do tipo: afinal, o que faz do Palmeiras, Palmeiras?[7] Seja enquanto diretoria, jogadores, equipe técnica e, notadamente, os torcedores, pois muitos desses ainda não haviam vivenciado a experiência de ser campeão, ou então, no limite, se reportavam a uma longínqua recordação do título de campeão paulista de 1976 ou do bicampeonato brasileiro de 1972 e 1973.

Talvez, por conta da longa duração histórica das duas academias num período compreendido entre os anos de 1963 e 1976, cabe examinar se isto não condicionaria a produção de uma identidade coletiva de ser e estar da Sociedade Esportiva Palmeiras no tempo e no espaço a ser compartilhada pela sua diretoria, comissão técnica, elenco e torcedores. No limite, o desdobramento dessa hipótese em uma chave analítica poderia desvendar os pormenores em torno de uma possível natureza ou fenomenologia associada ao conceito e ao sentido produzido e refletido pelo Palmeiras.

Independente de se confirmar ou não essa suposição teórica, certamente, não existe nenhum episódio tão marcante como a destruição da sala de troféus. Esse foi o evento derradeiro dessa longa e conturbada trajetória pautada pela falta de títulos mesclados com elencos fracos ou medianos, cujo ciclo vicioso só foi interrompido mediante a assinatura da parceria com a multinacional italiana Parmalat, estabelecendo uma nova fase na história da Sociedade Esportiva Palmeiras.

Referências Bibliográficas

12 de junho de 1993: o dia da paixão palmeirense. Jaime Queiroz e Mauro Beting. Produção: Ricardo Aidar. Roteiro: Jaime Queiroz e Mauro Beting. Música: S de Samba. São Paulo: Canal Azul, 2014, 1DVD (100 min), longa-metragem. Produzido por: Canal Azul.

BETING, Mauro. Palmeiras, 100 anos de academia. São Paulo: Magma, 2014.

CHRISTIANINI, Jota. Bíblia do Palmeirense. São Paulo: Panda Books, 2014.

MARINHO, Mário. Palmeiras: times inesquecíveis especial academia. São Paulo: On Line Editora, 2014.

MOLES, Abraham A. As ciências do impreciso, trad. Glória de Carvalho Lins, Rio de Janeiro, Ed. Civilização brasileira, 1995.

STORTI, Valmir; FONTENELLE, André. A história do campeonato paulista. São Paulo: Publifolha, 1997.

URT, Nelson. E dá-lhe porco. Placar. 10 de novembro, n. 859, p. 21-23, 1986. Acesso em: 18/09/2015.


[1] De acordo com Mauro Betting (2014, p. 209) o jogador é o segundo maior artilheiro do Palmeiras com 180 gols marcados em 324 jogos.

[2] Defendeu o Palmeiras de 1972 a 1975 disputando 183 partidas e marcando 30 tentos. Dentre esses o mais importante de todos culminou na conquista do campeonato paulista de 1974, cuja final foi disputada contra o Corinthians, que mesmo com a vantagem do empate, saiu de campo derrotado pelo placar de 1 a 0.

[3] O treinador Claudio Coutinho, terceiro colocado com a seleção brasileira na Copa do Mundo de 1978, comandava uma equipe recheada de estrelas com Tita, Zico, Adílio, Cláudio Adão e Paulo César Carpegiani.

[4] Antes do confronto contra a equipe carioca, o escrete palestrinos havia vencido os jogos anteriores, com goleadas de 5 a 1 contra o Santos, Portuguesa e o Comercial de Ribeirão Preto, estes pelo Campeonato Paulista de 1979 além de um 4 a 0 contra o São Bento, pelo Campeonato Brasileiro de 1979, ou seja, placares elásticos que corroboram a tese da reorganização da equipe em torno de uma tática que se reportava ao estilo de jogo da Segunda Academia.     

[5] Um sofrível revés palestrino por 6 gols que, ainda nesse ano, seria acompanhado por mais uma acachapante derrota para o São Paulo, no Campeonato Paulista, pelo placar de 6 a 1.

[6] Em referência aos recorrentes erros de arbitragem que prejudicaram a equipe na partida anterior. 

[7] Tomou-se de empréstimo o título da obra de Roberto DaMatta, O que faz do Brasil, Brasil? Para ilustrar a dimensão provocada por essa carência generalizada de sentido.  

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Como citar

ZANCOPé, Tiago. O jejum: considerações sobre o Palmeiras de 1976 a 1990. Ludopédio, São Paulo, v. 143, n. 39, 2021.
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