136.64

Os “modernos” que me desculpem, mas o passado também faz história

Claudinei Reis Pereira 29 de outubro de 2020

 

O técnico Vanderlei Luxemburgo do Palmeiras. Foto: Cesar Greco.

O debate sobre a modernidade ou pós-modernidade está para além do espaço do futebol.  Alguns se consideram para além do seu tempo: uns se apegam ao passado e outros conseguem conjugar os feitos do passado com as promessas futuro. Mas quem somos nós diante de tantas mudanças e projeções? Somos nada mais que a nossa própria história, e esta, por sua vez, se faz também pelo passado!

Professor Luxemburgo, queremos agradecer pelos seus feitos, pelas suas conquistas e tudo aquilo que contribuiu ao futebol e a Sociedade Esportiva Palmeiras. Para os ríspidos e “incongruentes de espirito” que os avaliam como “ultrapassado”, queremos dizer que o “tempo não passa”, como diria o poeta Carlos Drummond de Andrade ao se referir ao instante vivido pelos amantes.

Para os amantes do futebol, sempre será eterno, pois o que consideramos moderno está indubitavelmente ligado a esfera do passado. Sua história não se encontra em um passado que se fora, mas em uma “modernidade” que se presentifica pela história. Somos todos sem exceção fruto de nosso passado, como afirmara o filosófico Agostinho de Hipona: “não existe passado e nem futuro, tudo é presente”. Somos o “presente do passado”, “somos o presente do futuro”. Somos a mistura do “arcaico e moderno”, entretanto, este só é construído com base em nosso passado. Ao eterno professor Luxemburgo!


** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Ludopédio.
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Claudinei Pereira

Doutorando em Filosofia pela Universidade Federal do Espírito Santo  - UFES

Como citar

PEREIRA, Claudinei Reis. Os “modernos” que me desculpem, mas o passado também faz história. Ludopédio, São Paulo, v. 136, n. 64, 2020.
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