A presente dissertação analisa a inserção da FIFA no cenário internacional no contexto globalizado, observando-a na dinâmica da governança global, com relações e disputas com outros atores, fazendo uso do soft power através de seus discursos e práticas. A pesquisa parte temporalmente da década de 1990, tendo em vista a ascensão dos processos de Globalização após a queda do muro de Berlim, a multipolarização de atores no cenário internacional e o surgimento do conceito governança global. Sendo o esporte um mecanismo cultural utilizado ao longo do século como incentivo à paz e à união dos povos, a FIFA possui um papel fundamental na sua organização em escala mundial. Através de duas dimensões de análise – governança global e soft power – partindo do pressuposto que a FIFA é um ator da governança global, busca responder como ela se utiliza do soft power. A pesquisa baseia-se em fontes secundárias bibliográficas, documentais, sites e pesquisas já realizadas sobre o objeto. Os procedimentos metodológicos que norteiam a presente pesquisa são de caráter exploratório-descritivo, estudando-se o caso da FIFA com uma abordagem qualitativa, com o objetivo de identificar a FIFA como uma organização que possui o monopólio internacional do futebol, constituída juridicamente como uma ONG, cujo comportamento expressa características híbridas na dinâmica da governança global – ora como empresa multinacional, ora como organização do Terceiro Setor, ora como instituição internacional. Sob a ótica do soft power, percebe-se que o comportamento contemporâneo da organização procura alinhar-se a discursos democráticos e de accountability, utilizando estratégias de popularização do esporte, ampliando e diversificando as competições e os campeonatos regionais e internacionais, implementando projetos sociais, aumentando parceiros comerciais, entre outras. Para consolidar sua hegemonia internacional pelo controle da organização do futebol em escala global, a FIFA tem utilizado uma série de práticas, discursos e ações estimuladas e incentivadas pela lógica da governança global em geral e governança desportiva em particular.