As atitudes dos torcedores nos estádios de futebol produzem narrativas construídas de forma agonística. Não são apenas as partidas que estão em disputa, mas diferentes representações de gênero, sexualidade, pertencimento étnico… A violência é produzida na cultura em um terreno de lutas por significação. Nos estádios alguns cânticos poderão ser chamados de violentos enquanto outros não. A proposta desse artigo é problematizar como manifestações verbais se constituíram como um problema a partir de duas partidas do Grêmio FBPA versus o Santos FC em 2014 ocorridas na Arena do Grêmio. O goleiro Aranha, da equipe paulista, foi alvo de ofensas que utilizaram diferentes representações de raça/etnia e sexualidade. A partir da cobertura midiática e de nossa presença no estádio discutiremos quais os cânticos e termos foram problematizados durante essas partidas. Nosso foco se dará sobre o que foi entendido como legítimo e o que foi interditado para as manifestações da torcida.
Palavras-chave: Racismo; Violência; Futebol; Aranha; Grêmio