Quando no final do século XIX foi celebrada a primeira edição dos Jogos Olímpicos da Era Moderna e a cidade de Atenas acolheu a competição pouco se esperava de um evento que reunia algumas centenas de pessoas que praticavam esporte como atividade de tempo livre e sem nenhuma outra finalidade senão a competição em si mesma. Ao longo do século XX os Jogos Olímpicos se transformaram em um dos principais eventos culturais do planeta e sua organização demanda envolvimento direto do poder público e da iniciativa privada. De um sonho multicultural e multiétnico a um dos maiores negócios do planeta os Jogos Olímpicos, a maior realização do Comitê Olímpico Internacional, tornaram-se uma fonte inesgotável de reprodução de valores culturais e de projeção da dinâmica social. Este artigo propõe-se a discutir os valores olímpicos inicialmente apregoados, identificados em princípio como valores éticos universais, e a proposta de educação olímpica como forma de resgate desses valores e de reflexão sobre os rumos que o movimento como um todo toma em um mundo marcado pelas diferenças não apenas culturais, mas também econômicas e sociais.