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Dante

A seção Entrevista, assinalada sempre pela presença de professores, jornalistas e profissionais do universo futebolístico, entre outros, apresenta uma edição especial neste quarto aniversário do site Ludopédio: entrevistamos um camisa 4! Dante Bonfim Costa Santos, o Dante, zagueiro do Bayern de Munique e da Seleção Brasileira.

A entrevista foi realizada por nosso amigo e colaborador Ricardo André Richter, no centro de treinamento do Bayern de Munique.

Boa leitura!

Dante no CT do Bayern de Munique. Foto: Ricardo André Richter.

 

 

 

Primeira parte

 

Como foi o seu relacionamento com a sua família até o momento em que você atingiu o nível profissional?

Foi um relacionamento à distância, nem sempre fácil, sempre sentia muita saudade. Sai de casa com só 15 anos. Eram momentos que às vezes sentia muita deles. Mas isso também deu bastante força para continuar a batalha e brigar até o final para ser um jogador de futebol.

A sua passagem pelo futebol brasileiro foi muito rápida. Você pode contar com mais detalhes como foi esse momento de transferência para fora do Brasil? Como surgiu essa oportunidade?

Foi realmente rápida. Joguei somente dois anos como profissional no Brasil, quando tinha 18 e 19 anos. Depois tive a oportunidade de ir para o Lille Olympique da França. Tive uma preparaçção muito boa no Juventude de Caxias do Sul. Aprendi bastante lá, tive bons treinadores. Procurei aproveitar logo a primeira oportunidade que tive de vir para a Europa. Não foi fácil chegar na Europa tão cedo, mas foi o meu destino, e já me sentia preparado para assumir essa responsabilidade de jogar fora do país.

Dante durante entrevista coletiva pela seleção brasileira. Foto: Mowa Press.

Você passou por um período de preparação para ir para o exterior (como estudar a língua ou os costumes locais) ou teve que se adaptar aos poucos durante a sua estadia? Quais as principais dificuldades?

Tive que me adaptar aos poucos. Tinha poucos amigos, algumas pessoas que conheci na França. As grandes dificuldades eram a língua, o idioma, a nova cultura, a nova forma de treinamento, a temperatura que era muito baixa. Foram obstáculos que aconteceram na minha carreira, mas que conseguimos vencer mesmo com algumas dificuldades e chegar onde estamos hoje.

A sua carreira está estruturada por um período maior no exterior se comparada com o tempo em jogou por um clube brasileiro. Qual o maior problema para o jogador brasileiro que não teve uma trajetória longa no futebol do Brasil? Poderia apontar pontos positivos e negativos em a sua carreira pelo fato de atuar mais tempo no exterior do que no Brasil?

Um ponto negativo claro é a falta de conhecimento do povo brasileiro. Antes de chegar na Seleção Brasileira era muito pouco conhecido. Agora hoje em dia aos poucos venho sendo reconhecido. Por outro lado, aprendi as coisas mais rápido. Com 18 anos, é claro, já não somos mais tão adolescentes, temos que assumir certas responsabilidades. Assim que eu saí do Brasil, fui atrás desse meu sonho, tive qiue ficar mais longe da família, e consegui ter o trabalho reconhecido.

Dante durante a entrevista realizada em Munique. Foto: Ricardo André Richter.


Como foi atuar por clubes de três países diferentes? Quais semelhanças e diferenças que pode apontar em relação a esses clubes?

As diferenças, em termos de futebol, esportivas, não eram tão grandes. Mas claro que sair da França para a Bélgica, em termos de idioma e de cultura, também não era tão grande. Mas depois que você chega na Alemanha, encontra uma cultura diferente, outro idioma, foi uma transição grande que enfrentei. Foi um grande aprendizado ter passado por três países diferentes, outros clubes, aprendi bastante. Embora esportivamente não tenha uma diferença tão grande, em termos de cultura tive que me adaptar o mais rápido possível.

Confira a segunda parte da entrevista no dia 23/10/13.

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Ricardo André Richter

Doutorando em Educação Física pela Universidade Eberhard-Karls Tubingen. É consultor em Gestão Esportiva e Programas de Qualificação na Europa da ERW Consulting.
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