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Emily Lima (parte 3)

Equipe Ludopédio, Museu do Futebol 22 de março de 2018

É com grande satisfação que o Ludopédio publica a entrevista realizada em parceria com o Museu do Futebol com Emily Lima, ex-técnica da Seleção Brasileira de Futebol Feminino. No mês de março, quando se comemora o Dia Internacional da Mulher, nada mais simbólico do que a narrativa da história de vida dessa notável profissional e sua luta em defesa da representatividade feminina no campo esportivo. Acompanhe conosco a entrevista realizada na casa dela no final do ano passado.

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Emily conta como se tornou treinadora. Foto: Max Rocha.

Você aposentou e resolveu voltar para o Brasil. Já nesse momento, você pensou em trabalhar com futebol na parte técnica ou na parte de gestão? O que aconteceu?

Eu voltei já sabendo que eu ia trabalhar com futebol e fazer uma gestão melhor do que algumas que tive. A minha ideia era dar condições de trabalho para as meninas, ir atrás de patrocinador, dar uma boa estrutura para que elas pudessem treinar, bons materiais para que os professores pudessem dar os treinos… E foi o que eu fiz na Portuguesa com o Prisco. Nós fizemos um ano de 2010 muito bacana. O Prisco conseguiu dar ajuda de custo para todas. Eu consegui um patrocinador que alugasse a Casa da Atleta, o alojamento. A alimentação mensal eu também que fazia. Então, a gente conseguiu fazer um trabalho bastante interessante e que deu um resultado bacana também.

Nesse meio tempo, eu tinha feito alguns cursos online lá fora. Quando cheguei aqui, fiz uns cursos também: o do Sindicato dos Treinadores, o do Footecom, o da Universidade do Futebol. Aí o Prisco me chamou para dentro do campo para auxiliá-lo, para ter o bate-papo da escalação, saber quem estava bem, quem não estava, conversar com a preparadora física, enfim, a gente começou a ter uma ligação um pouco mais próxima dentro do campo. Eu sempre que dava minha opinião, mas era ele quem colocava quem iria jogar. Com isso, meu irmão sempre estava junto comigo, ia nos treinos, nos jogos, via o que eu fazia e tal. Ele chegou até mim e disse:

— Emily, por que você não vai ser treinadora em 2011?

— Nunca. – falei – Não estou preparada para isso, não é o que eu quero.

— Você tem perfil. Olha isso, olha aquilo… – retrucou.

Tivemos uma longa conversa e aí ele me convenceu a procurar mais conhecimento. Fui estudar mais. Aí tive o convite do Juventus, em 2011, para assumir como treinadora. Tremi na base! As pernas tremiam, a voz não saía… Apresentei o projeto para o diretor de esporte. Ele gostou e falou: “Vamos acreditar nesse projeto e tal…”. Esse foi meu pontapé para ser treinadora de futebol. Fizemos um ano bastante interessante.

Em 2012, a gente fez uma parceria com o São Caetano, com a Prefeitura de São Caetano do Sul. Foi quando eu fiz alguns pedidos, e eles me falaram o que eu daria em troca. Aí eu falei que os Jogos Regionais e Abertos eram garantidos. Há! Há! Há! Por que eu precisava daquilo naquele momento. Aí o pessoal da comissão falou: “Você está maluca!”. “Vamos! Vamos ganhar tudo o que eles querem aqui este ano!”, falei pra mim mesma confiante. Mas eles deram tudo pra gente: folha salarial delas era eles que pagavam; hotel para onde a gente viajava era eles que pagavam; ônibus era eles que pagavam; a estrutura da casa; tudo, tudo era eles! E acabou que a gente jogou regionais e abertos, e ganhamos. Eles ficaram contentes e tal. Foi bastante interessante.

No começo, duvidaram um pouco do trabalho porque era o primeiro trabalho. Nós trouxemos uma metodologia bem nova, bem moderna, com a qual eles não estavam acostumados, como, por exemplo, trabalho de força com LPO. Isso na Europa já se usa há muito tempo. Aqui no Brasil estava chegaaando. Então, para eles era algo muito louco. Fazer trabalho de transição de força com bola era uma coisa nova para eles. Falavam:

— Isso não vai dar certo.

— Calma. Vai dar certo. O resultado dentro de campo vai ser bom. – dizia.

E as meninas dentro de campo aguentavam correr noventa minutos tranquilamente, ficaram fortes. Isso nos Jogos Regionais, logo no primeiro semestre. Era dúvida, dúvida, dúvida! Depois deslanchou, tanto que na semifinal e na final dos Jogos Abertos, que é quase um Campeonato Paulista, um dos coordenadores do São Caetano estava falando com um dos coordenadores que tomava conta da nossa equipe:

— A gente precisa ir lá no vestiário.

— Fica tranquilo, que a Emily sabe o que ela está fazendo. Já sei até o que ela está fazendo no vestiário.

Aí as coisas aconteceram. A gente ganhou a confiança dos caras. E a comissão era composta por quatro pessoas só! Na verdade, três: eu, preparador físico e preparador de goleiro. O roupeiro, que ficava um pouco mais distante, era parceiro nosso também. Nós quatro tocávamos o trabalho… Ganhar a confiança dos caras era o que a gente precisava. Tocamos o trabalho em 2012 e foi quando chamou a atenção do pessoal da seleção, que eu tive o convite para assumir a seleção sub-17 em 2013.

Fui para a seleção em 2013. Fiquei 2013 e 2014 com a sub-15 e sub-17, porque teve a criação da sub-15, o que ajudou muito para que a gente pudesse já ter as atletas em nosso conhecimento. Aí me desliguei por conta do tratamento não profissional da CBF. Porque, quando entrei, falei: “Caramba! Agora vou ser uma profissional de futebol.”. No Juventus, eu já era. Eu era registrada e tinha todos os direitos que o masculino tinha. Só que na CBF era tudo ao contrário disso. Falei: “Peraí! O negócio está virado de cabeça pra baixo.”. O argumento era: “Não, aqui vocês recebem só pro rata e as diárias.”. No sonho de ser treinadora da seleção, quando cheguei lá, pensei: “Vamos tocar.”. Mas aí eu não consegui manter os meus gastos aqui fora, porque a gente treinava o mês de janeiro e ficava fevereiro, março e abril sem convocação. Quer dizer, são quatro meses sem receber nada! Isso pra mim foi criando um grande problema. Eu fui tendo que usar o dinheiro que eu tinha guardado. No fim de 2014, eu cheguei para o coordenador – inclusive o Vadão estava nessa conversa – e falei assim:

— Ó, eu não estou conseguindo mais. A gente precisa ser registrado, ter uma estrutura melhor. Senão, eu não consigo seguir trabalhando.

— Não, vamos tentar. Eu vou conversar com o presidente e vamos ver o que a gente consegue. – eles falaram.

Passou, passou, passou… E não conseguiram, mas eu li e ouvi sobre o início da seleção permanente. Foi onde eu falei: “Tem dinheiro! Não é que não tem dinheiro, tem sim. Só não tem dinheiro para a base.”. Aí eu pedi para sair:

— Ó, não quero mais. Eu não estou pedindo, estou comunicando vocês.

Eles me ligaram e disseram:

— Emily, você está fazendo a pior besteira de sua vida. – e blá-blá-blá e blá-blá-blá…

— Não, estou muito decidida.

Mesmo porque o pessoal do São José tinha me convidado para treinar a equipe em 2015. Foi uma coisa em cima da outra. Eu pedi para sair e já assumi a equipe do São José em 2015, ficando lá em 2015 e 2016. O ano de 2015, no começo, foi bastante difícil devido à mudança de comportamento de atleta, à mudança de conceito de jogo, à metodologia de trabalho. Algumas mudanças foram um pouco radicais, mas foram necessárias para elas entenderem que, para se jogar em alto rendimento, é preciso treinar em alto rendimento, ser atleta profissional. Isso foi difícil, bastante difícil. E isso me surpreendeu porque era uma equipe que foi campeã internacional de clubes, foi campeã de quase tudo (Paulista, Brasileiro, Libertadores) e tinha o tratamento que tinha. Eu não consegui entender. Era qualidade individual mesmo de cada uma porque tinha a base da seleção brasileira toda na equipe do São José. Mas eu via que o futebol feminino não poderia continuar dessa forma. A gente tem que mudar um pouco o conceito disso: “Ah, futebol feminino vamos fazer de qualquer jeito que está bom.”. Elas demoraram para entender, passaram-se quatro meses mais ou menos, de muita briga, de mudança de comissão técnica. Eu fiz uma limpa lá. Trouxe pessoas que tinham o mesmo pensamento que o meu. Foi, assim, um ano muito bom, porque nós chegamos à final do Brasileiro, fomos campeãs do Campeonato Paulista, que é muito difícil, ganhamos Regionais, Abertos. Então, 2015 foi muito bom.

Para 2016, já mudou tudo de novo. Foram mais difíceis as coisas. Ganhamos os Abertos, mas batemos na trave no Paulista. Chegamos à final da Copa do Brasil, mas não ganhamos. Chegamos à semifinal do Brasileiro. De qualquer maneira, deu para chamar a atenção de novo da CBF. E recebi o convite para treinar a seleção principal.

Emily Lima - Ludopédio
Emily gesticula durante a entrevista. Foto: Max Rocha.

A seleção já tinha perdido os grandes campeonatos de 2015, o projeto do Vadão de alguma forma já tinha sido avaliado na ocasião e você estava vindo de um projeto vencedor. Como que foi feito esse convite para você retornar? Foram as mesmas pessoas que você reencontrou na CBF? Já tinha ali o Marco Aurélio Cunha, que é um atuante. Como foi esse processo de ser apadrinhada de novo?

Então, quando eu cheguei lá, entendi que o presidente não sabia de nada. Ele nunca sabe de nada do feminino. Levam o que querem levar para ele, porque ele não está no campo vendo, não está em nossas convocações, não está nas reuniões. Então, o que o coordenador leva para ele é o que ele acredita. Porque o coordenador é os olhos dele dentro da CBF. Aconteceram muitas coisas quando estava no São José, que eu bati de frente com o Marco Aurélio. Meu desencontro de ideias com ele vem de antes, não é de quando eu entrei na seleção. Nós fomos para a Libertadores em 2015, e tinha três atletas da Ferroviária de Araraquara na sub-20 que também iriam participar da Libertadores. E o coordenador técnico na época era o Fabrício Maia, que hoje está de novo lá com o Vadão, só que não sei em qual função. Teve a convocação da sub-20, e eu liguei para eles. Primeiro, eu liguei para o treinador, que ainda é o Doriva Bueno, e falei:

— Ó, eu gostaria que a atleta fosse participar da Libertadores.

— Não podemos abrir mão de nenhuma atleta da seleção brasileira e não vamos liberar nenhuma.

— Nem as meninas do Araraquara? – perguntei.

— Nenhuma! – disse.

— Ok.

Morreu o assunto. Sai a convocação da sub-20 e está o nome de todas, até as atletas da Ferroviária. Só que quem se apresenta é somente a atleta do São José, as do Araraquara não se apresentaram. E eu fiquei sabendo porque minha atleta falou: “Emily, eu quero ir para a Libertadores. As meninas não estão aqui.”. Aí eu peguei o telefone e liguei para o coordenador, o Fabrício, e perguntei o porquê que as três atletas estavam liberadas para a Libertadores e a do São José não estava. Começou um quebra-pau danado, e ele acabou desligando o telefone.

Depois eu liguei para o Marco Aurélio. Aí eu comecei a entender com que tipo de pessoa eu ia trabalhar! Porque eles já sabiam a data de inscrição da Libertadores. Então, quando ela foi se apresentar já tinha se encerrado a inscrição, só que eles inscreveram as meninas, as colocaram na lista de inscrição da Libertadores e na lista de convocação, para que nós entendêssemos que elas iam ser convocadas. Olha só como que é sujo o negócio! Isso pra mim é sujeira… Eu liguei para o Marco Aurélio e falei que aquilo era um clubismo, que aquilo nunca ia dar certo dessa forma. Falei um monte de coisa mesmo. Acabou que ficou isso por isso. Muita gente não sabe, mas sempre que eu tenho oportunidade de falar eu falo.

O meu desencontro de ideias com ele já vem de antes. Depois teve a convocação da Ludmila, da Pepê. É uma atleta que iniciou comigo lá no Juventus, com 16 anos. Veio lá do Jaraguá. Era atleta de atletismo. E eu estava em um treino do Juventus, fazendo um treino físico até, e ela desceu a escada com um amigo dela e falou assim: “Eu queria treinar, queria jogar.”. Cheguei para o preparador físico e falei: “Vamos mudar o treino? Quero ver essa menina jogar.”. Eu sempre fazia isso. Nunca deixava alguém lá sem participar do treino, porque poderia ser uma grande jogadora e passar sem avaliação. Perguntei a ela:

— Você joga do quê?

— Sou zagueira. – disse.

— Então, está bom. Entra ali naquele time e fique à vontade.

Na primeira bola dela com minha atacante mais rápida, ela ganhou com três, quatro metros à frente. Eu olhei para o preparador físico e para o preparador de goleiro e falei: “Essa menina é atacante, porque nenhuma zagueira brasileira vai pegar essa menina.”. Ela veio do atletismo de corrida rápida. Quer dizer, ela tem um corpo que não tem no futebol feminino. E ela é da raça negra. Então, imagina! Aí eu olhei para o rapaz e falei que gostaria que ela voltasse mais vezes, oferecendo o que a gente poderia dar a ela: estudo, casa, alimentação, ajuda de custo. Em contrapartida, iria treinar todos os dias. Enfim, começou a treinar comigo. Tecnicamente, ela era bem abaixo das demais, mas a velocidade dela me chamou tanto a atenção que tecnicamente a gente poderia trabalhar mais.

Trabalhamos em 2011, depois passaram-se os anos e eu a levei para o São José em 2016. Ela já estava bem mais velha, mais experiente, com muito mais qualidade técnica. E eles fizeram uma convocação antes da Olimpíada. Não era uma convocação que eles iriam levar para a Olimpíada, era uma convocação em que eles queriam observar. Só que a gente estava em uma fase importante de nossas competições. Aí perguntei:

— Por que vocês querem levá-la neste momento? A está no meio da competição, a gente precisa da atleta. Aqui ela está treinando dois períodos por dia. Vocês vão levá-la para a Olimpíada?

— Não, é só uma observação.

— Então, está bom. Quantos dias são?

— Quinze.

— Uma semana ela fica aqui, uma semana ela fica aí.

Aí o Vadão me ligou:

— Essa convocação é importante para a atleta. Falei:

— Esse papo já não cabe mais para mim. Pode até caber para as atletas com esse sonho de ir para a seleção e tudo mais. Se você me falar que ela vai para a Olimpíada, se me falar agora eu vou convocá-la para a Olimpíada, porque eu acho que ela deveria ir, eu a libero, e vocês ficam com ela direto.

— Não, não é assim. A gente está observando e tal…

Ok. Uma semana que ela ficou lá uma semana que ela me ligou chorando. Porque o tal do Fabrício, que era o coordenador técnico mas que dava o treino, não que a xingasse, mas a menosprezava com as demais atletas. Ela é tecnicamente abaixo das demais, isso é fato. Quem conhece o mínimo de futebol sabe que ela é abaixo. Ela sabe dar um passe, dominar, lançar, mas com bem menos qualidade do que as demais. Aí ele começou a falar: “Não toca a bola para ela que nem chutar ela sabe!”, isso dentro da seleção. “Ela não sabe isso, não sabe aquilo…”. Falei a ela: “Aguenta aí! Você escolheu ir, fica aí!”. Deu essa semana e nós íamos jogar ou o primeiro ou o segundo jogo da segunda fase do Campeonato Brasileiro, que era decisivo para nós, contra o Corinthians, em São Paulo, sendo que ela era nossa atacante titular. E não é que essa menina me faz dois gols em cima do Corinthians e a gente ganha de 2 a 0?! Aí o Globoesporte.com, que gosta de algumas polêmicas interessantes, ficou sabendo de tudo isso e veio perguntar a ela: “Poxa, você foi tão maltratada na seleção e acaba fazendo dois gols em cima do Corinthians?”. Ela me perguntou:

— O que eu respondo?

— Fala a verdade sempre!

Ela acabou falando. Depois eles vieram me perguntar, e eu falei exatamente o que tinha acontecido. Dois dias depois que saiu a matéria, o coordenador me liga, o Marco Aurélio Cunha:

— O que você está pensando que você é? Olha o que você falou!

— É a pura verdade! Pena que vocês trabalham muito mal aí dentro. Vocês tratam a atleta como qualquer uma.

E não queriam a atleta lá! É isso o que eu não conseguia entender. Por que a chamou? Depois, quando eu assumi a seleção, ela foi convocada, sim. Foi convocada porque merecia. Hoje está no Atlético de Madrid, renovou o contrato até 2020, o que para uma atleta de futebol feminino é interessantíssimo. Então, deve ser uma atleta mais ou menos, né?! Ela não deve ser tão ruim assim quanto diziam. E está na seleção brasileira! Convocada por essa mesma pessoa que dizia que ela não prestava. Então, o futebol é muito louco. Quando você tem suas ideias bem formadas e não bambeia no que acredita que é o certo, você segue tranquilamente. Quando você não é, cai em contradição algumas vezes. Sabendo que os caras falaram o que falaram dela, hoje eu a vejo lá com o maior prazer, principalmente por ela ter começado lá no Juventus com a gente. De alguma maneira, nós contribuímos para que tudo isso acontecesse com ela hoje.

Leia a última parte da entrevista no dia 29 de março!

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