A entrevista faz parte do projeto Memórias dos boleiros: histórias de vida de atletas e de integrantes de comissões técnicas brasileiras que atuaram no exterior. Esse projeto foi fruto de uma parceria entre LUDENS-USP, Museu do Futebol e o portal Ludopédio.

Esse projeto tem como proposta reunir as histórias de vida de jogadores de futebol e de integrantes das comissões técnicas que tenham atuado no exterior. Ao optarmos pela história de vida, teremos acesso a uma série de discursos até então pouco investigados. Isso pode ser verificado quando se recorre à história do futebol e se percebe que existe uma história que é considerada “oficial”. Essa pesquisa será uma forma de ampliar discussões sobre o futebol a partir da história de vida dos jogadores e integrantes das comissões técnicas. A história oral será o método adotado para a construção de um diálogo com o referencial teórico das Ciências Humanas, mais especificamente a produção da Antropologia, da História e da Sociologia. Por meio da história de vida, ainda será possível registrar memórias, histórias e experiências dos sujeitos mencionados, além da criação de um banco de vídeos com as entrevistas realizadas de modo a constituir um acervo para preservar a elaboração de tal memória, quer se refira de modo restrito à carreira dos mesmos, quer, de modo geral, ao futebol brasileiro.

Zé Maria
Zé Maria concedeu a entrevista no Museu do Futebol. Foto: Museu do Futebol.

Zé Maria, como se trata de uma história de vida, a gente gostaria de saber de tudo um pouco, da sua vida, desde as suas origens lá em Oieiras, até a sua vinda pra São Paulo, a sua infância, e evidentemente da sua carreira como jogador aqui no Brasil e lá no exterior. Então a gente gostaria que você ficasse a vontade para começar por onde você quiser.

Vamos escrever um livro então! Bom, eu nasci em Oieras, dia 25 de julho de 1973, estou completando 40 anos este ano, estou ficando velho. Falo pra minha esposa que se deixar crescer a barba já sai branca! E cheguei em SP em 1978, com 5 anos de idade. Foi um trauma sair de uma cidade pequenininha, menor do que qualquer bairro de SP, e chegar em SP, que se você olhar pro alto a cidade cresce pra cima. E tudo novo, super legal. Cresci no bairro do Brás. Desde os 5 anos de idade até quando eu fui embora pra Europa em morei no Brás, morei lá, fiz todas as classe lá, fiz o meu teste na Portuguesa com um grupo de amigos do bairro, que a gente jogava no metrô. Pra quem conhece, no Brás tem o metrô Bresser, a gente jogava ali e quando acabava a feira a gente jogava bola no asfalto depois da feira fedendo a peixe, uma coisa super legal.

E um dia a gente decidiu, isso era em 85, a gente decidiu fazer um teste na Portuguesa. Só que a gente foi num sábado, e de sábado não tinha teste na portuguesa, teste era de terça e quinta. E chovia pra caramba, a gente falou: “poxa, já que a gente veio não vamos perder tempo”. E aí fizemos o teste do lado, que era o Serra Morena. A gente foi jogar bola, ninguém tocou na bola porque ninguém tava acostumado a jogar no campo tão grande, chovendo pra caramba, ninguém entendia de posições. Na várzea ou num espaço verde que tem lá no Bresser é bem diferente. Então você vai jogar num campo, você tem que estar na sua posição, você está fazendo uma prova! E passou todo mundo! Eu não sei como que passou todo mundo porque ninguém entendeu nada do que a gente fez. E ficou todo mundo contente depois. Eu conto sempre que foi a primeira vez que eu coloquei um par de chuteiras nos meus pés, e parecia uma menina de 5 anos que põe um salto alto. Eu tava assim.

E na terça-feira a gente resolveu fazer o teste na Portuguesa, que era no Vigor ali do lado da ponte da Vila Guilherme. O campo era de areia, completamente diferente de tudo aquilo que a gente tinha feito. E ali durou um mês, um mês e meio, toda terça e quinta a gente treinava. E ai foi tendo aquela seleção natural. Dos sete que éramos, ficou sou eu. E dali começou toda a minha história como jogador de futebol. Eu tinha 11 anos, quase 12 anos, e joguei já na Portuguesa dos 11 até os 16, 17 anos, até o juvenil. Do juvenil eu passei direto pro profissional. Com 7 anos eu já era titular da Portuguesa. E isso pra mim foi o máximo. Não era o meu objetivo chegar naquilo, era só pra fazer o teste porque o pessoal falava “você joga bem, joga bem”, pensei “vamos fazer um teste pra ver o que dá”. E acabou dando que com 17 anos eu já era titular da Portuguesa. E isso pra mim foi uma surpresa enorme, uma coisa maravilhosa.

E foi indo, com 19 anos já era pai. Então, a minha vida foi uma sucessão de coisas muito rápidas. Um amadurecimento muito rápido, muito além do normal. Com 17 anos não era fácil naquela época, tinha muita gente boa naquela época que jogava futebol, e eu consegui ser titular na Portuguesa, ser profissional. Pra mim eu já tinha alcançado o ápice da minha carreira, o auge da minha carreira. E queria parar por ali, pra mim tava ótimo. Já tinha realizado o sonho da minha mãe, porque não era nem o meu sonho, era o sonho da minha mãe, meu sonho era só jogar bola, me divertia jogando bola. Então fui pai logo em seguida, com 20 anos me emprestaram para jogar em Sergipe. Você imagina jogar em Sergipe, desde que tinha chego em São Paulo não tinha mais saído da cidade pra nada. Com 20 anos ser emprestado lá pro Nordeste, jogar um campeonato completamente desconhecido pra mim. Quarenta graus na sombra! Era muito difícil, você jogar com 40 graus, você no intervalo do jogo tomar banho gelado e sair suado! Era completamente diferente, mas foi um período que eu usei como experiência na minha vida pessoal e profissional porque ali eu aprendi a valorizar muita coisa que até então eu não dava valor. Você é muito moleque, você joga num time profissional grande da cidade de São Paulo, você já é titular… Então as coisas acontecem assim, você acaba perdendo um pouquinho o chão onde você pisa, você acaba caminhando no ar. E lá não, você está jogando um campeonato que ninguém conhece, você tem que correr porque se não correr os caras passam por cima. Você tem que se adaptar àquilo que você tem, você tem que valorizar aquilo que você tem. Sergipe valeu isso pra mim, foi uma lição de vida. Poxa, tem gente aqui que tá querendo chegar onde eu tava, e eu tava lá e tive que baixar aqui pra dar valor ao que eu tinha.

Cheguei lá, nós fomos campeões sergipanos também, uma coisa super legal, e depois voltei pra SP, pra Portuguesa. Fiquei mais um ano na Portuguesa e me emprestaram pra Ponte Preta. Aí na Ponte Preta acho que foi a grande virada da minha carreira como jogador e como pessoa, porque tecnicamente eu era um jogador bom, e encontrei com outro rapaz que jogava lá também, que depois não sei se ele veio pra um time grande de SP, que era o Branco, lateral esquerdo, muito bom jogador. E a gente acabava se divertindo mais do que os outros. E o treinador chegou pra mim um dia e disse: “Zé, se você continuar desse jeito…” passaram vinte anos e eu nunca esqueci essa frase. “Se você continuar do jeito que você está você vai se perder, eu acho que você tem que mudar.” Eu na minha completa arrogância, disse: “cara, eu to bem do jeito que eu to. Não vou mudar não.” Só que na Itália a gente fala que “La notte porta consiglio”, a noite te trás conselhos, o travesseiro te trás os conselhos certos, você repousa sua cabeça e você vai pensar naquilo que o cara falou. No dia seguinte tinha um jogo da seleção brasileira, da pré-olímpica. E a gente tava assistindo e eu falei pra um rapaz que jogava comigo que eu ia estar nessa seleção. “ah, para, você ta jogando na ponte preta, serie B do campeonato brasileiro, você vai pra seleção brasileira?!” Eu falei “vou estar lá”. Eu comecei a colocar em prática aquilo que o treinador falou pra mim. Tinha que mudar. Então no dia seguinte comecei a mudar minha atitude, meu modo de pensar, meu modo de agir dentro e fora de campo.

Voltei pra Portuguesa no ano seguinte pra jogar o Campeonato Paulista, eu disputava a posição com o Edinho, que era um ótimo lateral direito também. No campeonato brasileiro ele se machucou na segunda ou terceira rodada e eu joguei sete jogos seguidos, e nos sete jogos seguidos eu fui o melhor jogador em campo da Portuguesa. Fui convocado pra seleção. No final daquele ano eu fui convocado para a seleção e ganhei a Bola de Prata, do campeonato brasileiro. Aí foi minha primeira convocação que foi Brasil e Colômbia, não sei se foi no Nordeste ou no Norte do Brasil, aí começou a minha historia também na seleção brasileira. Já com aquela consciência de ser uma pessoa um pouco mais profissional, de buscar objetivos, eu já comecei a colocar objetivos mais altos na minha carreira. A seleção brasileira é o máximo pra qualquer jogador brasileiro e até mundial, pois quando você fala que jogou na seleção brasileira você chegou no máximo. Tem Brasil, tem Alemanha, tem a Itália, que são as três seleções que todo mundo quer vestir a camisa. E chegou aquilo na minha vida. Só que tinha muita coisa ainda pra batalhar, tinha pré-olímpico pra jogar e eu não tinha sido convocado pro pré-olímpico, eu tinha sido convocado pra jogar um amistoso da seleção brasileira. E saiu a convocação pré-olímpica em fevereiro. A gente jogava o pré-olímpico, jogou a Copa Ouro nos Estados Unidos, aí começou a ter essas coisas. Aí foram 46 jogos na seleção brasileira entre seleção olímpica e seleção profissional, a principal. Aí depois do pré-olímpico vieram alguns convites pra jogar em equipes do futebol europeu. A coisa já saiu do meu controle, eu não queria isso pra mim. No começo eu queria brincar, depois eu queria ser jogador, depois eu cheguei na seleção brasileira, já era o auge. A seleção brasileira já é o auge pra qualquer jogador. Aí veio o convite do Barcelona e Real Madrid, mas eu não queria ir pra Espanha porque eu não gostava da Espanha, eu assistia muito campeonato, naquela época passava muito campeonato italiano, eu queria ir pra Itália. Passava Milan e Juve, Inter, então aquele era o meu objetivo. E meu presidente na época começou a tratar com o Real Madrid. Fui, conversei com o empresário, tudo, mas deu um problema e acabei não indo pra Espanha. Aí veio o Parma. Na época o Parma estava muito em evidência também, com a Parmalat que estava chegando no Palmeiras, chegando nas outras equipes do Brasil. E eu já conhecia como que era o Parma, então acabei aceitando o convite. Isso tudo dos 17 aos 23! Em cinco anos eu consegui ser profissional, virei pai, cheguei na seleção brasileira e fui pra Europa, num período muito curto da minha carreira.

Aí foi. De 96 até um mês atrás, 17 anos se passaram. Tive uma volta pro Brasil em 99 e 2000, fiquei um ano e meio no Brasil, que eu passei pelo Vasco, Palmeiras e Cruzeiro, mas sempre com o pé na Itália. 17 anos se passaram desde que fui pra lá a primeira vez e voltei agora. É muito tempo, um período da minha vida em que eu cresci realmente em todos os lados. Você é obrigado a crescer, você é obrigado a aprender um idioma novo, é obrigado a aprender uma cultura nova, e isso faz uma pessoa crescer muito na vida, você cresce demais. Eu não falava uma palavra de italiano, não falava uma palavra de nada lá fora. Tive que aprender na raça: nunca estudei italiano. Tinha estudado francês, inglês, que são as aulas que eles dão no Brasil, mas coisa muito básica, aí cheguei lá você tem que aprender muito rápido. Resumindo um pouquinho a história destes 17 anos foi isso que aconteceu … em 5 minutos.

Zé, voltando um pouquinho na sua história, como é que foi pra sua família você se tornar um profissional, como é que isso foi recebido?

Enquanto eu estava falando eu lembrava da imagem da minha mãe e do meu irmão, que eu era menor de idade e eles tinham que assinar o contrato por mim. Eu lembro do momento em que me chamaram na Portuguesa, e o diretor falou assim comigo, porque eu jogava futebol de salão e jogava campo na Portuguesa. Então eu estudava à tarde, treinava de manhã o campo, treinava a noite o futebol de salão. Almoçava em casa, ia pra escola e direto pro treino eu comia um lanche, e isso acontecia três vezes por semana, tanto é que o diretor falou assim pra mim: “você precisa definir. Ou você vai ser um jogador de futebol de campo ou de futebol de salão”. Salão é mais gostoso, porque você ta com a bola toda hora no pé, você está participando muito mais. Chamaram minha mãe, porque meu pai faleceu há muito tempo atrás, e meu irmão mais velho. Eles foram lá pra conversar e tratar do meu contrato. Foi uma coisa muito legal, como eu falei antes, eu não esperava isso, eu não era programado pra fazer isso. Minha mãe ficou… “poxa, meu filho é um profissional. Meu filho virou… vai aparecer na televisão, tem aquelas coisas”. Meu irmão também ficou. A família aceitou muito bem, muito surpresa, porque até então eu era o filho menor que era o gandula deles quando meu irmão ia jogar, que era o chaveirinho dele, aonde ele ia eu estava atrás, e de repente eu virei jogador e ele não. Mas ele sempre me apoiou então eles receberam de uma maneira surpresa mas legal.

Em quantos irmãos vocês eram?

Nós somos em dez. E eu sou o último, o último da fila. O ultimo da fila, nascido de 7 meses! Então tem toda uma coisa… anormal. Nós somos 5 homens e 5 mulheres, e eu sou o último, o mais mimado segundo minha mãe, eu acho que não, porque eu fui o que mais apanhou também…! Ela fala que eu sempre fui mais mimado por ser o último. E sempre foi assim, uma família com uma casa sempre muito cheia. Então quando tinha uma festa, tinha alguma coisa, o mínimo eram 11 pessoas. Então você imagina uma casa… uma casa?! Eu morava em pensão no Brás. Então você imagina, era um quarto em que 11 pessoas, 12 pessoas, cada um já tinham filhos, muito já tinham filhos, eu já era tio com 4 anos de idade, foi uma infância muito apertada do ponto de vista econômico. Você saber que minha mãe tinha que sair 5 horas da manhã pra trabalhar, meus irmãos trabalhavam, eu não tinha condições de trabalhar, só estudava, então desse ponto de vista foi muito apertado pra todo mundo. Então todo mundo apertou o cinto, vamos correr atrás, e graças a Deus foi tudo bem. Eu falo que graças a deus foi tudo bem porque eu conheço muito bem a zona leste de SP, sempre foi muito famosa pela delinquência, pela bandidagem, e minha mãe soube segurar isso ai e não deixou ninguém ir pro lado errado.

E a situação familiar deste ponto de vista econômico melhorou bastante depois que você se profissionalizou?

Claro, claro. Era o meu sonho, porque a primeira coisa que eu fiz, eu não tinha condições ainda de comprar uma casa pra minha mãe, então a primeira coisa que eu fiz foi alugar um apartamento pra minha mãe. Então minha mãe já foi morar em um apartamento, uma coisa mais decente, com 3 ou 4 irmãos meus porque os outros já eram casados, com família tudo. Então a gente já foi morar num apartamento. Isso no primeiro salário que eu fiz. Alguns meses depois eu fui morar sozinho porque a minha namorada ficou grávida, teve um filho, e a gente foi morar em outro lugar. Então começou, quando eu tive condições de comprar pra minha mãe, foi comprada uma casa pra ela, tanto é que eu propus que ela vá morar comigo em Campinas, mas ela não quer sair de jeito nenhum de lá porque é a raiz dela.  Deu uma melhorada, deu uma melhorada bastante depois que eu virei profissional, principalmente depois que eu fui pra Europa. Tentar sempre ajudar – é difícil, é difícil porque é muita gente, mas tentar sempre ajudar quando eles tinham necessidade, e tem até hoje. É o que eu procuro fazer sempre quando estou no Brasil.

E como você lidou com essa grande mudança, tão jovem, que passa pela questão financeira, mas altera toda uma dinâmica de vida. Como que você lida com isso? Você queria só brincar de bola, de repente você está no profissional, e a sua vida muda? Não só a sua, mas da sua família. Como que… onde você buscava apoio nos momentos de… como tomava as decisões, como é que funcionava isso?

Como eu falei antes, eu tive que amadurecer muito rápido. Eu não tive uma adolescência, não tive uma adolescência normal, não reclamo daquilo que eu tive. Lógico, eu sinto falta às vezes, eu falo sempre pra minha esposa, que eu sinto falta de sentar na frente da escola com os amigos, bater papo com os amigos, porque isso acabou. Isso acabou muito rápido. Quando eu estudava lá no Brás, tinha aquelas coisas de cabular aula, ficava todo mundo na frente da escola brincando, batendo papo, isso de repente sumiu da minha vida. Administrar os momentos difíceis. Como eu falei antes, eu não tive um pai, então não tive aquele apoio que é essencial na vida de um garoto nessa profissão. Eu tive uma mãe que era ausente porque tinha outras necessidades, tinha que cuidar de outras coisas. Tentava conversar muito com meu irmão, esse que foi assinar o contrato comigo, mas ele também não tinha experiência nesse lado. Então era uma coisa que eu tive que me arranjar sozinho, procurar um empresário, uma pessoa que estivesse do meu lado: “não, você não pode fazer isso, tem que fazer aquilo”, e aquela coisa mais profunda eu nunca tive. Mesmo por conta de todas estas dificuldades. Tive… ah, você tá triste, o que aconteceu…?”, que um irmão sente, uma mãe sente. Do lado profissional eu tive praticamente que me virar sozinho, e isso pra uma pessoa que não tem um pai, pra um jogador jovem que não tem um pai, é muito complicado. É muito complicado porque você quer ter! Você procura aquilo, um empresário vira um pai pra você, e é errado isso. Porque no final o cara só quer o interesse dele. Ele não tá ali porque ele ama você, porque ele gosta de você, ele ta ali porque ele tá vendo… infelizmente é isso, um cifrão na frente dele. E isso acontece, a maioria dos jogadores brasileiros vem de uma raiz humilde, então não tem um estudo, não tem uma base, não tem um pai que quer ver a família sair daquela situação, então acaba aceitando um empresário que vem e fala: “poxa, te dou uma casa, vou cuidar do menino, você me dá o passe…” Hoje acontece muito isso, naquela época acontecia menos, mas já acontecia. Eu acabei me apoiando em empresários. Não vou falar que foi um mal na minha vida, mas não foi aquilo que eu tava buscando, que eu necessitava naquele momento.

Bem nesse início, com 17 anos?

Bem nesse início. Porque, 17 anos, as pessoas, poxa… “esse menino”.  Então o que acontece com os empresários, eles rodam, vão nos clubes: “Ah, esse tem futuro, esse não tem futuro” então quem tem futuro os caras já começam: “Pô, vamos almoçar, vamos jantar”, e por aí vai. Hoje virou o grande mal, eu falo com os presidentes, diretores de clube, o grande mal do futebol hoje são os empresários. Mas é um mal necessário também, porque faz parte do futebol.

Você falou que mudou muito a sua rotina fora do futebol. Você chegou a terminar a escola? O que você fazia nesse tempo de lazer, digamos assim, quando você já tinha se profissionalizado?

Até o finado Dener, que era meu companheiro de quarto, ele dava risada porque eu levava meus livros pra concentração e estudava. “Po, você não decorou ainda a tabela periódica?!” Que ele já sabia de cor e salteado, já tinha passado por isso. E eu levava, o pessoal tava conversando, tava almoçando, tava jantando, eu tava estudando. Eu terminei o primeiro grau, comecei o primeiro ano do colegial e depois tive que parar. Tive que parar porque na Portuguesa a gente jogava Copa do Brasil, campeonato, viajava muito, não tinha condições. Às vezes eu saía no sábado, voltava no domingo à noite, na terça-feira viajava e voltava na quinta-feira, então não tinha como conciliar as duas coisas, agrupar as duas coisas juntas. Aí eu tive que parar de estudar – e o meu sonho, como eu falei antes, não era ser jogador, era ser engenheiro, então eu tive que abandonar completamente aquela coisa, aquele sonho que eu queria ter prosseguido. Não é porque eu não quis, eu não tive tempo de concretizar.

E com seus companheiros o que vocês costumavam fazer, vocês saíam juntos?

Naquela época eu tinha muito, como eu falei, o Dener era muito amigo meu, então a gente tava sempre juntos, eu procurava sair muito. Tinha a companhia do Cristovão, que é uma pessoa maravilhosa, na época na Portuguesa tinha o Maurício que era o cara que fazia a gente dar risada de tudo que ele falava, cariocão que veio do Rio pra São Paulo, então fazia a gente dar risada… o grupo era muito bom. O Capitão, o Zé Roberto que tava subindo pro profissional também, o grupo era muito bom. A gente ficava muito tempo junto, a gente batia muito papo junto, ia pro shopping, o Center Norte que tem ali do lado da Portuguesa, a gente ia pro shopping almoçar, entre um treino e outro, a gente saía pra jantar, aniversário tava todo mundo junto. Era o período que a gente usava pra conversar. Em concentração a gente tinha aquela coisa de jogar baralho, de contar piada todo mundo no quarto, era um grupo bem unido naquele time.

E desse time da Portuguesa você foi pro Flamengo, que foi um grande time, formado por Romário, Sávio… Como é que foi sair de um time que estava crescendo todo mundo junto e ir pra um time com grandes nomes, vislumbrando até uma ida pra Europa?

Eu cheguei na sexta-feira no Flamengo, acertaram tudo às 5 horas da tarde, a CBF liberou tudo as 6 horas, 5 e meia da tarde, porque o Eurico não queria que liberasse: “não pode jogar, porque não pode jogar…”, acabou liberando. Eu cheguei no Flamengo, saí da Portuguesa que tem 500, 600, mil torcedores num jogo, e cheguei no treino do Flamengo tinha mil torcedores! Então já mudou completamente, era um mundo completamente diferente. Eu lembro, como eu estava conversando com um amigo esses dias, você jogar no Flamengo, tinha aquela coisa do Zico, o Junior, o Adílio, então aquela… eu cresci indo no Morumbi ver o jogo do Corinthians contra o Flamengo, pra ver o Zico jogar, pra ver aqueles caras jogando. E no meu segundo treino, to amarrando a chuteira, colocando o meião, tudo, de costas pra entrada do vestiário, vem um cara e bate nas minhas costas. Eu viro e ela o Galinho. Tomei um susto! “Que isso cara?!” Então : “Queria te dar as boas vindas, parabéns, tudo…” E eu não sabia, fiquei sem voz, acho que foi a primeira vez que eu fiquei sem saber o que falar, olhei pra ele… “Brigado!”. O Zico batendo nas minhas costas! É uma coisa fantástica. E meu primeiro jogo foi a final, Vasco e Flamengo, então tinha 90 mil pessoas, 100 mil pessoas no Maracanã. Eu nunca tinha visto isso! Nunca tinha visto… tinha jogado contra o Flamengo no Canindé, tinha jogado contra o Flamengo no Rio mas… jogar no Flamengo, num clássico logo numa final foi uma coisa… Eu entrei no Maracanã, eu olhava pra cima, eu não conseguia falar com o cara que estava a 5 metros de distância.

Foi uma mudança radical, radical, você mudar da água pro vinho literalmente, para se adaptar a tudo aquilo ali. Foi um período muito curto no Flamengo, mas foi um período em que deu pra degustar uma coisa muito legal. Você estar ali, ver o Zico, ver o Junior, jogar com o Romário, que pra mim foi um dos maiores atacantes do mundo… Sávio, Amoroso, muita gente boa. Aquele time era muito bom, só de estrelas, gente que já tinha jogado na seleção, gente que tava na seleção brasileira. É diferente da Portuguesa, que na Portuguesa tava todo mundo crescendo, gente que tava parando, o Maurício tava parando, o Cristovão tava parando, e os outros que estavam subindo, o Zé Roberto que não era seleção ainda. E lá você encontra o Romário que era seleção, o Sávio que era o ídolo do Flamengo naquele período, Djair, Amoroso, só fera. E fomos campeões invictos aquele ano, então foi uma experiência legal. E a diferença entre São Paulo e Rio… Eu conto sempre que na Portuguesa a gente corria como condenados, no Flamengo eu falei de fazer um trabalho físico. “Não, a gente não pode isso aqui. É coletivo e rachão, coletivo e rachão”. É um pouco a historia do Flamengo. E lá na Portuguesa era muito correria porque era um time pequeno no campeonato Brasileiro.

Olhando um pouco pra estes extremos.. ir lá jogar em Sergipe, e depois passa de novo por SP e chega no Rio. Como é que são estes altos e baixos dentro da carreira, Zé? Porque uma hora você não tá em evidencia, outra hora você tá lá com os estrelas, como você vai lidando com isso?

Eu acho que é nesse meio do caminho que muita gente se perde. Você tá no auge, tá estourando na Portuguesa, tá cotado pra ir pra seleção brasileira com 17 anos de idade, que foi em 91, que o Parreira queria me levar, depois acabou levando o Vitor, se não me engano pra seleção. E ir pra Sergipe no anonimato, você ta lá bem escondidinho. Foi um rapaz comigo da Portuguesa, ele sumiu. Era um ponto direita. Ele sumiu do futebol brasileiro. Você tem que saber lidar com isso, o jogador tem que ter uma cabeça muito boa, porque já vi muito e acontece muito isso. O cara quer estar sempre lá em cima e não sabe se adaptar quando desce um, dois degraus na carreira dele, mesmo tendo um potencial muito alto. Aí que serve a companhia do pai, que vai dar um apoio pra ele, principalmente psicológico, ou profissional, um empresário que gosta mesmo do cara. São poucos que falam assim: “lá vai ser um passo pra trás que você vai dar pra pegar velocidade”. E isso não acontece, dificilmente acontece. Se acontece você pode falar que o cara gosta realmente da pessoa e não do objeto que ele ta vendo na frente dele. Eu procurei, como falei, me concentra nas frases boas que me falavam, tirar proveito daquilo pra que aquilo virasse uma energia na minha carreira. “Poxa, eu tenho potencial, eu tenho que saber desenvolver isso, tenho que saber transformar em positivo isso que eu to fazendo de negativo pra chegar no meu objetivo”, que era ser profissional, que depois era ser titular, que depois era ser seleção brasileira. E dali eu comecei a colocar objetivos sempre mais altos na minha carreira. Acho que foi uma coisa pela qual eu não me perdi na minha carreira, porque eu tive tudo pra me desmoralizar, baixar a cabeça, “coitadinho do Zé Maria”, e eu acho que não foi isso. Eu comecei a colocar objetivos cada vez mais altos na minha carreira. “Quero ser titular da seleção brasileira”, fui titular da seleção brasileira. “Eu quero chegar na Europa. Eu quero chegar na Europa e ser titular de um time na Europa”. Depois eu cheguei na Europa, eu num time que era considerado não tão grande na Itália, mas era um dos grandes da Itália… “Meu objetivo é chegar num time grande” E cheguei naquele time depois, que foi a Inter de Milão, ganhei um campeonato. Um jogador, pra ele não se perder, tem que ter estes objetivos, e tem que tentar alcança-los. Não adianta: “pô, não consegui, abaixei a cabeça e não quero mais”. Não, você tem que tentar chegar naqueles objetivos e superar. Treinando alguns times na Itália eu falava pros meus jogadores o seguinte: “A gente vai tentar ser campeão. Se não for campeão, a gente vai subir de categoria. E no ano seguinte a gente tenta ganhar de novo”. Você chegou próximo aquele objetivo seu, que serve como apoio pra você chegar no seu objetivo mais pra frente. É isso que eu costumo falar pra eles.

Você se lembra como que você recebeu a notícia de que você estava convocado pra seleção brasileira a primeira vez?

Exatamente não, eu lembro de algumas coisas que aconteceram dentro do vestiário. Como eu me olhava dentro do vestiário do Flamengo, eu me olhava dentro do vestiário da seleção brasileira, e ali sim, era só seleção brasileira, a gente dando risada. Eu ficava sentado, era o mais novo de seleção brasileira, você tinha Rivaldo, tinha Romário, você tinha Sávio, Carlos Germano, Taffarel, então só fera dentro do vestiário! E eu moleque, franzino, 21 anos, 22 anos, e todas aquelas feras que estavam do meu lado. Eles batendo bola, fazendo bobinho e eu olhando… “Puxa, olha onde eu cheguei”. E foi… não se uma surpresa, pois como eu falei, eu tinha sido eleito o melhor lateral do campeonato brasileiro, e da premiação lá do Rio, nós pegamos um avião e fomos direto pro jogo. Eu sabia que poderia chegar este momento pelo o que eu tinha feito no campeonato brasileiro. E pela premiação, são sinais que chegaram até mim desta convocação. Surpreso a gente sempre fica, mesmo quando esta esperando, a gente sempre fica surpreso: “Poxa, tem tanta gente boa aqui no Brasil!” Na época tinha o Cafu, que já era o nome da lateral direita, tinha o Vitor que estava muito bem também. Tinham outros jogadores que estavam muito acima do Zé Maria que jogava na Portuguesa e tava chegando. Mas foi muito legal.

E depois você foi convocado no pré-olímpico, também?

Depois daquela convocação eu fui convocado em todas as convocações da seleção brasileira.

E como que foi o processo do pré-olímpico, da busca pela vaga dos Jogos Olímpicos de Atlanta?

Eu lembro de uma conversa que eu tive eu, o Juninho Paulista e o Roberto Carlos, que eles me deram as boas vindas à seleção brasileira, me chamaram no quarto deles, eram os dois mais experientes no grupo, me deram as boas vindas pra seleção. Mas ali já via como uma coisa mais normal porque era todo mundo da mesma idade, até 23 anos. Era todos da mesma idade mesmo eles estando lá há algum tempo, era uma coisa mais normal. Nós ficamos um mês em Tandil, Argentina, um lugarzinho ‘em convento’ que era a concentração da seleção brasileira. Um lugarzinho pequeno, com 5, 10 mil habitantes, um lugar isolado e ficamos lá um mês. Fomos campeões do pré-olímpico em cima da Argentina, se não me engano, na final. Empatamos em 2 a 2 e o empate era nosso. Estávamos perdendo por 2 a 0 e depois o time empatou, 2 a 2. E ali também, era um time que era muito forte, tanto é que se não me engano é considerado o mais forte time olímpico do Brasil, que tinha o Dida, Roberto Carlos, nas Olimpíadas tinha o Aldair, o Bebeto, Rivaldo, era um time muito competitivo. Mas o pré-olímpico nosso foi muito legal, porque passar um mês junto, o que não é fácil, e todos os jogadores da seleção, cada um é ídolo no próprio clube, e na seleção você é tratado do mesmo nível. Lógico que tem sempre a estrela da seleção, o Ronaldinho, que não tava no pré-olímpico, o Rivaldo que era no Palmeiras, no nosso time era o Roberto Carlos, o Juninho Paulista, mas o Zagallo fez um trabalho excelente, conseguiu fazer com que todo mundo se sentisse importante, todo mundo no mesmo nível, todo mundo remando do mesmo lado. Isso foi muito importante porque a gente passou dificuldades contra a Argentina, contra o Uruguai, que são grandes rivais do Brasil, e o time jogou sempre de uma maneira muito quadrada, muito bem direcionada pelo Zagallo.

E o que representou participar dos Jogos Olímpicos?

É uma outra competição muito importante. Todos os outros esportes são bem vistos nas Olimpíadas, mas o futebol não. E naquele ano nós chegávamos ali como favoritos, como em qualquer competição que o Brasil chega. E o primeiro jogo nós tomamos uma pancada do Japão. Então já serviu de alerta, o presidente já veio dentro do vestiário, “Vocês não podem assim”, e ali já estava o grande time nosso, já tava formado o time com uma mentalidade nossa de chegar e ganhar as Olimpíadas, que era o único título que falta pro brasil. Você chegar lá e falar “Poxa, esse aqui a gente leva porque nós temos capacidade, nós somos fortes, nós podemos chegar ao nosso objetivo”. Você chega e toma a primeira pancada do Japão, já fica um clima meio esquisito meio do grupo, vimos que não era bem por ai, a gente não tava tão bem como estavam pensando. O segundo jogo contra a Nigéria nós ganhamos de 1 a 0, jogo difícil também. O percurso nosso não foi tão fácil como a gente esperava. Depois a gente encontrou o Japão nas quartas-de-finais. Ganhamos do Japão. E depois fomos pra semifinal contra a Nigéria, que a gente tinha ganhado na primeira fase, e ganhando de 3 a 1, a 15 minutos do final, nós tomamos 2 gols e foi pra prorrogação. Na época tinha o gol de ouro, ou Golden Goal, e tomamos um gol do Kanu, se não me engano, que ali desabou o mundo. A gente não esperava. Foram dois lances de posse de bola nossa, o Rivaldo tava na reserva, ele entrou, a primeira bola que ele tocou ele perdeu, o time tava saindo, tomou o contra-ataque foi o 2 a 1. O terceiro gol foi de escanteio, que o Kanu cabeceou, o Dida saiu e não pegou, eu fui controlar a bola, normalmente ela bate e sobe, ela bateu e ficou, passou embaixo do meu pé. Foi uma coisa pra não se relembrar, mas relembro o tempo todo isso aí. Ia ser uma coisa que a final ia ser provavelmente Brasil e Argentina. Eu acho que a gente ainda estaria jogando até hoje, porque ninguém ia querer perder! Imagina uma final olímpica Brasil e Argentina. E no final a gente torcendo pra Nigéria, e ela foi campeã depois… não pode torcer pra Argentina! Foi uma pena porque nós tínhamos realmente tudo pra ganhar aquele torneio.

O que é o vestiário depois de uma derrota dessas?

Você não tem palavras. Não adianta você falar porque é o pior momento pra você abrir a boca, depois de uma derrota em que você esta ganhando de 3 a 1, a 15 minutos do final, você tem jogadores com grande qualidade técnica, até o Dida sabia jogar com os pés naquele time. Então você fala: “Poxa, não tem como você perder esse jogo ganhando de 3 a 1” E nós conseguimos perder. Não adianta você chegar no vestiário e dar dura. Vai ser pior porque nós jogadores já estávamos de cabeça quente, porque nós sabíamos que eram erros nossos. Não foi de ninguém, nós cometemos aqueles erros. Não foi só o Rivaldo que perdeu a bola, mas foi todo o rime que errou. Então a melhor coisa ali é você ficar calado. Não adianta… o clima é horrível, pé bem pesado, você pode tocar com o dedo o clima. É triste, muita tristeza, todo mundo chorando porque é um sonho pra gente. A gente sabe que a primeira equipe nacional que trouxer a medalha do Brasil vai ser uma coisa única , porque não é fácil. Então a gente ficou muito decepcionado. Tanto é que depois o presidente veio: “Vocês precisam jogar também contra Portugal”, que foi terceiro e quarto lugar foi contra Portugal, que acabou pagando o pato: nós ganhamos de 5 a 0, 5 a 1… Lembro de uma frase que o presidente falou pra gente: “Vocês tinham que ter jogado assim o jogo passado”. E a gente não podia falar nada, porque tínhamos mesmo que ter jogado assim no jogo passado. Tava 3 a 1? Tínhamos que ter feito os 5 a 1.  Nós acabamos talvez nos acomodando com aquele resultado. Todo mundo lembra até hoje como foi, eu lembro até hoje, e acredito que todos jogadores que estavam naquele seleção lembram até hoje.

Zé, pensando um pouco nesse futebol olímpico que não tem tanto prestígio no mundo do futebol, e o futebol de Copa. Como você percebe essas duas esferas?

Já é outra coisa. Copa do Mundo é o sonho de qualquer jogador. Eu não realizei este sonho porque na copa de 98 eu me machuquei quando eu disputava a posição com o Cafu, eu tive uma pubalgia e fiquei 6 meses parado. Não foi convocado pra aquela Copa. E era a Copa que eu tinha grandes chances de jogar, então esta é a minha grande e única decepção na minha carreira, não ter jogado uma Copa do Mundo. E a de 2002 também, eu tive próximo de jogar, mas mudou o treinador, que era o Leão, e chegou o Felipão que já tinha mais ou menos o grupo dele, e eu não tava nesse grupo. Cheguei pertinho varias vezes, mas não tive nem uma nem outra. Mas a Copa do Mundo é esperada no mundo inteiro. Na Europa, logo depois que acaba uma Copa do Mundo, já se começa a falar. O clima é outro. É como você jogar, pra nós lá na Europa, você jogar o Champions League, você joga a Copa da Itália, mas quando toca a música da Champions League é outra coisa. A gente sabe que é a mesma bola, o mesmo futebol, o mesmo campo, mas tocou a música da Champions League é outra coisa. Você vê aquela participação da Copa do Mundo, você tá sabendo que a bola é a mesma, o futebol é a mesma coisa, mas o mundo inteiro tá te vendo, e você sabe que você tem condições de jogar, pros países menores é uma oportunidade de aparecer pro futebol que conta, que é o futebol europeu. Até mesmo os sul-americanos que querem ir pra Europa… A Copa do Mundo é a maior e a melhor vitrine que existe. Isso pra mim foi um pouco decepcionante na minha carreira, mas eu sei que não foi por culpa minha, por falta de qualidade minha, mas por contusões ou outras escolhas dos treinadores.

Confira a segunda parte da entrevista no dia 16/07/2015.

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Sérgio Settani Giglio

Professor da Faculdade de Educação Física da UNICAMP. Líder do Grupo de Estudos e Pesquisas em Esporte e Humanidades (GEPEH). Integrante do Núcleo Interdisicplinar de Pesquisas sobre futebol e modalidades lúdicas (LUDENS/USP). É um dos editores do Ludopédio.

Marcel Diego Tonini

É doutor (2016) e mestre (2010) em História Social pela Universidade de São Paulo, sendo também bacharel (2006) e licenciado (2005) em Ciências Sociais pela Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (UNESP - Campus de Araraquara). Integra o Núcleo de Estudos em História Oral (NEHO-USP) e o Núcleo Interdisciplinar de Pesquisas sobre Futebol e Modalidades Lúdicas (LUDENS-USP). Tem experiência nas áreas de Ciências Sociais e História, com ênfase em Sociologia do Esporte, Relações Étnico-raciais, História Oral e História Sociocultural do Futebol, trabalhando principalmente com os seguintes temas: futebol, racismo, xenofobia, migração, memória e identidade.

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